É falso que todas as urnas de local no RS tiveram 129 votos a Bolsonaro

É falso que uma fraude foi comprovada em local de votação no Rio Grande do Sul, como sugere post de suposta mesária do RS. Ela diz que houve, em todas as urnas de sua seção, 129 votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto, para os outros candidatos, os números no boletim de urna oscilavam.

O TRE-RS (Tribunal Regional eleitoral do Rio Grande do Sul), em nota ao UOL Confere, afirmou que não há "qualquer indício de fraude no primeiro turno [das eleições de 2022]".

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O que diz o post? Na postagem do Twitter, que também foi compartilhada no Facebook, a mulher se identifica como "Karina Flores" e diz que trabalhou como mesária no último domingo (2) no Rio Grande do Sul:

Ela relata que "no final, ao imprimir os boletins de urna, Bolsonaro fez exatos 129 votos em cada urna, TODAS AS URNAS 129 VOTOS EM CADA enquanto outros candidatos oscilavam os votos, Bolsonaro parava em 129, chamou a atenção esse número de todos os presentes."

A postagem não especifica o local de votação onde aconteceu a suposta fraude. Em nova postagem, a autora da publicação diz que não tirou fotos para respaldar a acusação. Segundo ela, tudo estaria disponível para checagem no site do TRE.

Resposta do TRE-RS. A Corte fez um levantamento da quantidade de seções com 129 votos para Bolsonaro no RS. Porém, o Tribunal Regional Eleitoral não conseguiu identificar nenhum caso que coincidisse com o relato da mulher.

O TRE-RS adiciona: "Se a denúncia que circula pelas redes sociais fosse séria, indicaria o local de votação onde aconteceu a suposta coincidência de votações".

Ainda assim, mesmo se a alegação de que todas as urnas registraram exatamente 129 votos para o candidato do PL fosse verdadeira, a coincidência não seria motivo para alegar fraude eleitoral.

"Considerando que é comum as seções eleitorais de um mesmo local de votação terem eleitorados semelhantes, não é impossível, embora não seja um fato corriqueiro, que exista coincidência do número de votos de um candidato em todas as seções. Isso, por si só, não seria elemento capaz de indicar fraude na votação", adiciona o Tribunal em resposta ao UOL Confere.

O UOL Confere considera como falso os conteúdos que não têm amparo em fatos e podem ser desmentidos de forma objetiva.