Vídeo não mostra invasão de soldados da Venezuela, mas simulado da Marinha
É falso que soldados venezuelanos invadiram o Brasil para vir atrás de refugiados do próprio país, conforme postagens que circulam nas redes sociais.
A Marinha do Brasil informou ao UOL que se trata apenas de um "exercício corriqueiro".
O que diz a mensagem
"Soldados venezuelanos invadiram o Brasil com a conivência do Lula para perseguir e prender os refugiados venezuelanos.. Lula está sentenciado estes venezuelanos a morte", diz a legenda da postagem.
No vídeo, soldados do Exército aparecem com fuzis em uma rua e um homem grita com eles: "Atira em mim. Você está no meu país". No fundo, também é possível ouvir barulhos de tiro.
Em uma das postagens, é dito que a invasão aconteceu no norte do Brasil.
Por que é falso
Brasil não foi invadido. A Marinha do Brasil negou que soldados venezuelanos invadiram o Brasil, em nota ao UOL Confere. "Não há nada de anormal". Nas próprias postagens feitas, há comentários negando a invasão e um comentário indicando uma fonte de informação que diz que tudo se tratava de um treinamento no Espírito Santo (aqui). Veja:
Vídeo mostra treinamento. Além de negar a "invasão", a Marinha também confirmou que era apenas um "exercício corriqueiro", realizado no Espírito Santo. "Se trata de um treinamento realizado pelo Corpo de Fuzileiros Navais, há cerca de um mês, no Espírito Santo [...] É um exercício corriqueiro que acontece todos os anos. O cenário é o mais real possível, mas o vídeo se desenvolve em uma situação simulada".
Imagens comprovam. Um print de um vídeo usado para desinformação é do Espírito Santo, conforme mostra o Google Maps (aqui).
Treinamentos no Espírito Santo. O estado do Espírito Santo costuma receber treinamentos da Marinha, conforme mostram matérias de 2017 (aqui), 2018 (aqui), 2022 (aqui) e este ano (aqui e aqui).
O conteúdo também foi checado pelo Estadão Verifica (aqui).
Viralização. Uma publicação com a mentira no Instagram, compartilhada no último dia 5, registra 16 mil curtidas e 325 comentários.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
Fabíola Cidral conta como reconhecer logo de cara uma fake news
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