Golpe: é falso que Pablo Marçal esteja divulgando iPhone por R$ 177

É falso que o influenciador Pablo Marçal esteja sugerindo em vídeo a compra de iPhones a R$ 177, como mostram vídeos nas redes sociais. Trata-se de um golpe.

A postagem ainda usa capturas de tela falsas do portal de notícias g1 e da rede de lojas iPlace nas publicações.

O que diz o post

Um vídeo mostra Pablo Marçal em uma palestra dizendo: "'Ai, eu tenho que andar com iPhone porque a turma que eu ando todo mundo tem iPhone.' Pega a senha então. Se você não sabe, a Apple foi condenada e está liquidando iPhones por R$ 170 no site oficial da iPlace porque venderam milhares de iPhones sem carregadores. Só clicar em 'Saiba mais' e ser feliz".

Enquanto a narração continua, são mostradas uma suposta notícia do site g1 com o título "Justiça de SP condena a Apple em 100 milhões de reais e obriga a vender celulares a R$ 177,89", além de uma captura de tela da rede de eletrônicos iPlace vendendo um iPhone 15 Pro Max de 256 GB, cor titânio azul, por R$ 177,89 no Pix, além de uma economia de R$ 6.321,11 na compra.

Por que é falso

Vídeo real de Marçal não fala em promoção. No vídeo original no canal de YouTube do influenciador (aqui e abaixo), ele realmente cita a primeira frase do vídeo falso: "Ai, eu tenho que andar com iPhone porque a turma que eu ando todo mundo tem iPhone". No entanto, ele estava fazendo uma crítica ao consumismo. "Compra um iPhone, dívida de otário. Consumo. O que você ganha com isso? Nada", complementa.

Notícia do g1 não existe. Busca no Google pelo título visto no vídeo golpista (aqui) não localizou o conteúdo, mas, sim, a notícia real do portal chamada "Justiça de SP condena Apple em R$ 100 milhões e obriga empresa a vender celulares com carregadores" (aqui), cujo título foi alterado digitalmente na fake news. Na reportagem verdadeira, publicada em outubro de 2022, a empresa de eletrônicos foi multada e obrigada pelo Judiciário a vender iPhones com carregadores, já que estava adotando no Brasil sua política internacional de retirar os carregadores das caixas na compra de celulares novos. Também não há menção a promoções.

Loja vende modelo de iPhone citado a R$ 8.299. No site da iPlace (aqui), o iPhone 15 Pro Max de 256 GB custa a partir de R$ 8.299. Em outras lojas online brasileiras, o preço mais barato do modelo que encontramos foi R$ 7.469,10. Procuramos a iPlace para comentar o caso, mas não tivemos retorno até a publicação desta notícia.

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Pablo Marçal teve voz falsificada. Por meio de busca no Google (aqui), não encontramos nenhum texto na imprensa ou post nas redes sociais de Marçal citando essa promoção. Sua voz foi recriada no vídeo viral por meio de um imitador ou clonada por inteligência artificial, para dar mais veracidade ao golpe. O UOL Conferetambém tentou contato com o influenciador, mas não houve retorno até a publicação desta notícia.

Como funciona o golpe

Link direciona para site golpista. Os vídeos falsos trazem um link com a chamada "Saiba como se beneficiar dessa decisão ainda hoje!", levando para uma página com o domínio "g1-portaldenoticias.online". Ela apresenta uma falsa notícia do g1 com o título visto no vídeo e, antes do texto começar, há outra chamada: "Clique para ver disponibilidade no site oficial".

Site imita o original de loja virtual. Ao clicarmos neste segundo link, somos levados para outra página falsa, com o domínio "lojaiplace.shop", em um site muito parecido com o da iPlace, que é de fato uma rede de lojas brasileira especializada em produtos da Apple. A página falsa apresenta então a suposta oferta do iPhone 15 Pro Max a R$ 177,89.

Cliente nunca recebe o celular. Quando clicamos no botão "comprar agora", a página leva para um carrinho virtual de compras com o iPhone e campos para a vítima preencher, como e-mail, nome completo, CPF e celular, além de dados bancários para realizar a compra falsa. Mas o produto não será enviado, pois trata-se de um golpe do tipo "phishing", que usa "iscas" para enganar as pessoas a enviarem dinheiro sem o prometido retorno.

Viralização. Até esta quarta-feira (5), um dos posts no Facebook chegou a mais de 639 mil visualizações, 600 curtidas e 120 compartilhamentos.

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Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos (aqui) e Boatos.org checou um golpe muito similar em março de 2024 (aqui).

Caí em um golpe. E agora?

Registre o boletim de ocorrência imediatamente. No estado de São Paulo, o registro pode ser feito de forma virtual pelo site da Delegacia Eletrônica (aqui).

Faça uma reclamação contra a empresa no Procon. A orientação é da Secretaria Nacional do Consumidor. Veja quais são os canais e contatos para fazer a denúncia em cada estado do país aqui.

Avise o banco e a operadora do cartão. Entre em contato com o seu banco ou operadora do cartão de crédito para denunciar a fraude e tentar o estorno do valor.

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

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Fabíola Cidral conta como reconhecer logo de cara uma fake news

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