STF não suspendeu operação do Bope no Complexo da Maré

É falso que uma decisão do ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), tenha determinado a suspensão de uma operação do Bope (Batalhão de Operações Especiais) no Complexo da Maré, no Rio.

O ministro pediu que o governador do estado, Cláudio Castro (PL), prestasse esclarecimentos sobre a conduta dos policiais na região, mas a operação já havia sido concluída. Castro afirmou que nenhuma irregularidade foi cometida.

O que diz o post

Uma publicação no Instagram exibe o seguinte texto: "Sabe o que o STF acabou de fazer? Suspendeu uma operação do BOPE no Complexo da Maré. O governador acatou a decisão. Criminosos soltam fogos gritando: Quem manda é nós."

Outro post no Facebook afirma que o ministro Fachin foi responsável pela decisão, acatada pelo governo do estado: "O cancelamento da operação representa mais uma concessão às forças do crime organizado que atuam na área, aumentando suas margens de atuação e desafiando a autoridade do Estado".

Por que é falso

STF não determinou suspensão. Em 12 de junho, Fachin atendeu a um pedido do PSB e da Defensoria Pública do Rio de Janeiro e determinou que Castro prestasse esclarecimentos sobre a conduta das forças de segurança que atuaram na Maré, onde seis pessoas - incluindo um policial - foram mortas (aqui).

Governador respondeu ao STF. Em petição enviada a Fachin, Castro negou irregularidades na ação policial. "É imprescindível refutar as leviandades aduzidas pelos requerentes a respeito do suposto planejamento e/ou realização de denominadas 'operações de vingança' em razão da trágica morte de dois policiais na aludida operação", afirmou (aqui).

Operação foi concluída pelos policiais. Um dia antes da determinação de esclarecimento, a Polícia Militar anunciou a conclusão das atividades na Maré (aqui). Castro afirmou que a operação "não foi um sucesso" (aqui) e, no domingo (16), um segundo policial do Bope chamado Woflgramm Dias, baleado durante a ação, morreu (aqui).

Supremo negou suspensão. Em nota ao UOL Confere, o tribunal afirmou que nenhuma decisão nesse sentido foi proferida pelos ministros e enviou mais informações sobre o despacho de Fachin (aqui).

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Viralização: No Instagram, um post desinformativo com esse conteúdo tinha 581 curtidas e 88 comentários até quinta-feira (20).

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