Após nova onda de ataques, governo troca diretor de presídio que abriga integrantes de facção
Após oito dias da terceira onda de violência, a Secretaria de Justiça e Cidadania de Santa Catarina mudou o diretor do presídio de segurança máxima de São Pedro de Alcântara. Renato Fernandes da Silva, que deixa o cargo, havia assumido a função no final do ano passado. Nas duas ondas anteriores, os presos comandaram de dentro das cadeias 170 ataques nas ruas de 43 cidades, destruindo 72 ônibus.
A queda de Silva se dá depois que o MPE (Ministério Público Estadual) em Santa Catarina o denunciou, na última sexta-feira (24), por maus-tratos e torturas, ao lado de 15 agentes do Deap (Departamento de Administração Prisional), órgão da Secretaria de Justiça que coordena 49 presídios com 17 mil presos.
Toma posse um agente do próprio departamento, Ademir Alexandre Camargo Júnior, um advogado de 30 anos. Segundo o secretário-adjunto da Justiça, Sady Beck Júnior, Camargo é considerado hábil negociador e mediador de crises, mas é do tipo que "não vai afrouxar".
A cadeia de São Pedro, na Grande Florianópolis, tem 1.200 presos, sendo 800 membros do PGC (Primeiro Grupo Catarinense). De dentro da cadeia, a facção comandou as ondas de violência que afetam o Estado há sete meses.
O movimento do governo do Estado de trocar a direção para obter uma trégua com o PGC repete o da primeira onda, em novembro do ano passado. Naquela vez, os presos reclamaram de torturas e coordenaram 68 ataques nas ruas.
Os incidentes somente pararam quando foi demitido o então diretor Carlos Alves, considerado linha dura. Em seu lugar, assumiu seu vice, Renato Fernandes da Silva.
Visitas íntimas
Sobre as revistas íntimas na cadeia de São Pedro, ele disse que continuam sendo necessárias porque "nos últimos dias nós encontramos vários objetos que justificam este controle. Além de celulares, chips e drogas, encontramos até uma serra que uma pessoa inseriu no ânus. Não se pode permitir o ingresso destes objetos nas cadeias".
Atualmente, agentes do Deap conduzem as revistas íntimas obrigando visitantes a ficarem de cócoras sobre um espelho, para inspeção visual. "Nenhum dos nossos agentes toca nos visitantes", afirmou o secretário Beck.
Ele disse que "o que nós vamos fazer [para atender às exigências dos familiares dos presos] é aperfeiçoar as revistas, instalando raio-x corporal".
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