Treze de 15 manifestantes detidos após confronto na Paulista são soltos
Treze das 15 pessoas presas por conta da manifestação dessa quinta-feira (6) na avenida Paulista já foram ouvidas e liberadas da 78ª DP (Jardins) –três delas, mediante pagamento de fiança de R$ 3.000. A informação é da Secretaria de Segurança Pública, segundo a qual ao todo, seis dos detidos foram indiciados por dano qualificado ao patrimônio público.
Os 15 detidos haviam sido encaminhados à delegacia após a série de confrontos com a Polícia Militar que resultaram em depredações de lojas, estações de metrô e bancas de jornais ao longo da via.
Segundo a SSP, nove pessoas foram ouvidas e liberadas durante a noite --entre as quais, o presidente do Sindicato dos Metroviários do Estado de São Paulo, Altino Prazeres.
Dos seis que permaneceram detidos, quatro saíram após pagarem fiança: Lizardo Diógenes dos Santos Silva, 24, e o estagiário Bruno Godoy Silva, 18, presos em flagrante por dano ao patrimônio público e liberados, cada um, após pagamento de fiança de um salário mínimo (R$ 678).
Ainda conforme a SSP, o mecânino Esdras Jacão do Prado Junior, 35, “foi preso em flagrante incendiando sacos de lixo empilhados na Paulista e chamando os demais manifestantes para fazer o mesmo”. Mantido preso, ele foi encaminhado à carceragem do 2º DP (Bom Retiro) e não teve fiança arbitrada.
Também tiveram fiança definida, mas no valor de R$ 3.000, o ajudante-geral Gabriel Sabino Dias, 18, o estudante Pedro Castelo Branco Damiani, 21, e o babá Cauê Garcia de Castro, 23, presos em flagrante quebrando lixeiras de concreto e vidros da estação Trianon-Masp do metrô, de acordo com a SSP, a partir de relato da Polícia Militar. Dos três, apenas Dias não pagou a fiança e foi mantido preso –e também encaminhado ao 2º DP.
Nem a SSP, nem a PM informaram quem são os advogados dos indiciados.
PM faz relatório de danos
Conforme o relatório da PM à secretaria, um grupo de 2.000 pessoas picharam as ruas e incendiaram lixeiras na Paulista. “Algumas jogavam garrafas, pedras e pedaços de madeira contra a polícia. Manifestantes também invadiram o Terminal Bandeira e picharam diversos ônibus, além de um DP [distrito policial] próximo ao metrô Trianon. Também entraram em um shopping [o Pátio Paulista] e danificaram um carro exposto para sorteio”, diz trecho do relatório da PM, segundo a SSP.
Nas redes sociais do movimento, nesta manhã foram comuns os relatos de eventuais abusos da PM diante dos manifestantes. Indagada setambém estão sob investigação casos desse tipo, a SSP informou que não.
Protesto hoje
Na manhã desta sexta-feira (7), já não havia nenhum sinal do confronto na avenida Paulista. As lixeiras, derrubadas durante a noite, já estavam no lugar, e até a vidraça da estação Consolação do Metrô, estilhaçada durante a manifestação, já foi substituída. O vidro quebrado na entrada do metrô Trianon Masp também estava sendo trocado.
O Movimento Passe Livre, que fechou a avenida Paulista e outras vias importantes da cidade de São Paulo na noite desta quinta-feira (6), marcou, pelo Facebook, um novo protesto para hoje, com concentração às 17h em frente ao largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste da cidade. De acordo com o grupo, "se a tarifa não baixar, amanhã vai ser maior".
O confronto
A manifestação terminou em confronto com a Polícia Militar, que lançou bombas de efeito moral para conter o protesto, e uma tentativa do grupo de entrar no shopping Pátio Paulista, já próximo ao Paraíso. O estabelecimento precisou ser cercado pela Polícia Militar.
Foram disparadas cerca de dez bombas e também tiros de borracha. Os pedestres, muitos sem relação com a manifestação, estavam com rostos cobertos para se proteger contra os gases das bombas.
Imagens captadas por câmeras de TV, no alto, mostraram ainda civis saqueando bancas de jornais localizadas na avenida. Na confusão, a entrada das estações Trianon-Masp e Brigadeiro, da linha 2 - verde do metrô, foram depredadas e foi ateado fogo em lixo lançado no meio da avenida.
Mais cedo, os manifestantes bloquearam a avenida Nove de Julho, no sentido bairro, na altura da praça da Bandeira. Passageiros que seguiam para o terminal Bandeira e para o metrô acabaram sendo atingidos pelo gás lacrimogêneo lançado pela polícia. Não há informações sobre feridos.
O Movimento Passe Livre reúne estudantes, trabalhadores e representantes de partidos políticos, como PSOL e PSTU.
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