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Mais de 5.000 alunos ficam sem aula no segundo dia de ações do Bope em favela do Rio

Pelo segundo dia consecutivo, Bope realiza operação na favela do Rola, em Santa Cruz, na zona oeste - Jadson Marques/Agência O Globo
Pelo segundo dia consecutivo, Bope realiza operação na favela do Rola, em Santa Cruz, na zona oeste Imagem: Jadson Marques/Agência O Globo

Do UOL, no Rio

09/07/2013 12h36

A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro informou que nove escolas da rede pública da prefeitura situadas em Santa Cruz, na zona oeste da cidade, estão sem aula em função da operação do Bope (Batalhão de Operações Especiais) na favela do Rola, nesta terça-feira (9). No total, são 5.431 alunos afetados.

Ainda de acordo com o órgão, quatro unidades estão funcionando parcialmente. A 10º Coordenadoria Regional de Educação informou que o conteúdo perdido será reposto nas próximas aulas. Esta é a segunda operação da divisão de elite da Polícia Militar na comunidade nesta semana.

Na madrugada de hoje, um homem morreu após ser baleado em confronto na área de mata da favela, por volta das 7h. Ele portava um fuzil calibre 7,62, de acordo com a Polícia Militar, e seria traficante de drogas da região.

A  vítima chegou a ser encaminhada para o Hospital Estadual Pedro 2º, na zona oeste, onde foi atendido, mas não resistiu aos ferimentos. O fuzil foi apreendido e levado para 36ª DP (Santa Cruz), responsável pela ocorrência.

A polícia apreendeu até o momento 103 papelotes de maconha, 640 cápsulas de cocaína e 32 papelotes de cocaína. Os traficantes improvisaram barricadas na tentativa de impedir o avanço do Bope. Nos acessos à favela, os criminosos atearam fogo em pneus e sacos de lixo.

Além do Bope, participam da ação homens do BAC (Batalhão de Ações com Cães), BPChoque (Batalhão de Choque) e GAM (Grupamento Aeromóvel).

Morte e protesto

Na manhã de segunda-feira (8), quando o Bope também fez uma incursão pela comunidade do Rola, um homem morreu e outro foi preso. A vítima fatal chegou a ser levada ao Hospital Estadual Pedro II, na zona oeste, onde foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

Em nota, a PM informou que foram apreendidos 103 papelotes de maconha, 542 tubos de cocaína, 32 papelotes de cocaína e uma pistola calibre 40 em posse do suspeito morto pelos agentes do Bope na favela do Rola, ontem. A ocorrência foi registrada na 36ª DP.

A ação policial deu origem a uma manifestação de moradores em uma localidade conhecida como Cesarão. Por volta das 14h, um ônibus do BRT Transoeste, corredor expresso que faz a conexão entre Barra da Tijuca e Santa Cruz, foi apedrejado. Por motivo de segurança, oito estações do BRT ficaram fechadas.

Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, o serviço chegou a ser interrompido em função do ataque ao veículo. A estação conhecida como "Cesarão 1" foi invadida pelos manifestantes, e a PM acionada para conter eventuais distúrbios civis. Não houve confronto.

Até o fim da manhã desta terça-feira (9), a estação Cesarão 1 continuava fechada.

Dez mortos na Maré

Entre os dias 24 e 25 de junho, outras dez pessoas morreram após uma operação do Bope no Complexo da Maré, zona norte da capital fluminense.

Os agentes entraram na comunidade em busca de homens que aproveitaram uma manifestação nas proximidades para promover arrastão, roubando mercadorias de lojas e assaltando motoristas que passavam pela avenida Brasil. Entre os mortos, estavam um policial do Bope e outros três moradores que não tinham antecedentes criminais.

Após a operação na Maré, os comandantes do Bope, Renê Alonso, e do 1º CPA (Comando de Policiamento de Área), José Luís Castro Menezes, prestaram depoimento na DH (Divisão de Homicídios), na Barra da Tijuca, que está investigando as mortes. (Com Band)