MPF denuncia homem pela morte de colega a bordo de navio em Santos, em 2010
Do UOL, em São Paulo
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Divulgação
Vista externa do navio MSC Música
O Ministério Público Federal em Santos, no litoral paulista, denunciou Bruno Souza Bicalho Vale Ricardo pelo homicídio de Camila Peixoto Bandeira. Ela foi encontrada morta na cabine do navio MSC Música, em que ambos trabalhavam, em 10 de janeiro de 2010, quando a embarcação chegava na cidade. A denúncia foi ajuizada em 12 de julho.
De acordo com a denúncia do MPF, de autoria do procurador da República Thiago Lacerda Nobre, Ricardo agiu de forma consciente, livre e voluntária, e "matou por motivo fútil, com emprego de asfixia", utilizando recursos que dificultaram ou impossibilitaram a defesa da vítima.
A denúncia do MPF acusa Ricardo de ter cometido homicídio qualificado.
O casal era tripulante do navio MSC Música e trabalhavam juntos; ela como garçonete, e ele como barman. Conforme a denúncia do MPF, o acusado teria asfixiado Camila, então com 28 anos, por volta das 9h, dentro da cabine que os dois dividiam –ela estava de folga naquele dia. O motivo seria o fim de um relacionamento entre eles, decidido por Camila, que teria dito que desceria do navio quando este chegasse ao porto de Santos.
A acusação defende que Ricardo se aproveitou da confiança que a vítima tinha nele, já que dividiam a mesma cabine, e a asfixiou agindo mediante surpresa, já que ela teria acabado de acordar. Camila foi encontrada morta usando ainda roupas de dormir. Depois do crime, conforme o MPF, ele teria entregado algumas bebidas a passageiros, e só depois teria chamado ajuda.
À época, Ricardo disse em depoimento que Camila havia tentado suicídio com um lençol. O procurador que assina a denúncia, no entanto, alega que o argumento não se sustenta, tendo em vista que as testemunhas não viram nenhum lençol torcido na cabine. Além disso, o acusado disse que teria feito massagem cardíaca em Camila. Ela, porém, foi encontrada sentada, o que representa, para a acusação, que não haveria possibilidade de ele ter realizado o procedimento.
A reportagem do UOL não localizou o acusado, tampouco o advogado de defesa, para comentar a denúncia.