Consórcio Move São Paulo, com Odebrecht e Queiroz Galvão, leva linha-6 do Metrô
O consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão, UTC Participações e o fundo de Investimento Eco Realty, venceu a licitação para a linha 6-laranja do metrô da capital paulista. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (6), após uma semana de análise técnica do processo. O contrato é de 25 anos e o custo total é de R$ 9,6 bilhões. No lançamento da linha, em janeiro, a estimativa era de que custasse R$ 7,8 bilhões.
Pela proposta apresentada pelo consórcio na semana passada, o governo de São Paulo deve dar contrapartida de R$ 606,7 milhões durante 19 anos. O montante é R$ 24,8 mil menor do que o teto previsto no edital. Essa foi a segunda vez que o governo do Estado tentou licitar o projeto.
Na primeira tentativa, em julho, nenhum interessado apresentou proposta e o governo estadual fez alterações no projeto, assumindo, por exemplo, as desapropriações. A previsão de assinatura do contrato é de 30 a 45 dias. As obras, de acordo com previsão da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado, devem ser iniciadas no primeiro semestre de 2014, com conclusão em 2020.
Única proposta
O consórcio foi o único que fez a proposta para licitação da linha 6. A linha terá início na estação Brasilândia com término na estação São Joaquim, da linha azul, passando pelos bairros Liberdade, Bela Vista, Higienópolis, Perdizes, Lapa e Freguesia do Ó.
Esquema de cartel
- Ex-integrante do governo Alckmin falta em audiência sobre caso Alstom
- Atuação de promotor no caso Alstom será apurada
- A pedido do MP suíço, MPF em São Paulo vai ajudar a investigar crimes praticados pela Alstom
- Janot quer esclarecimento sobre demora do MPF-SP em investigar Alstom
- Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional do MPF terá de explicar falha no caso Alstom
- Secretário dos Transportes critica uso de lobistas para fechar contratos no caso Alstom
- Se alguém pagou propina, ele que responda à Justiça, diz ex-presidente da Alstom
A linha 6 tem investimento estimado em cerca de R$ 8 bilhões e 34 quilômetros de extensão. A demanda estimada pelo governo paulista é de 600 mil passageiros por dia. "A empresa poderá entregar o projeto por trecho. A expectativa é que o primeiro entre a Brasilândia (zona norte) e Água Branca (zona oeste) fique pronto em quatro anos", disse o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado, Jurandir Fernandes. Ao todo, a linha terá 15,3 km. Conforme o projeto, o trecho deve ser feito em 27 minutos.
A linha será o primeiro projeto de metrô que a iniciativa privada participará desde o início. Na linha 4-amarela, o governo de São Paulo foi responsável por construir a linha que hoje é operada pela ViaQuatro.
O consórcio Move São Paulo divulgou nota assumindo compromisso de contribuir para as melhorias em mobilidade urbana na capital. "Vamos oferecer transporte com agilidade, conforto e segurança para milhares de passageiros."
Próxima licitação
Após anunciar o consórcio vencedor, o governo do Estado planeja os próximos editais de PPP (Parceria Público-Privada). A linha 18-bronze, que ligará a Estação Tamanduateí, na linha 2-verde, até chegar a São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, no Grande ABC, é a próxima que será licitada.
O projeto tem custo de R$ 4 bilhões e previsão de construção de três a cinco anos. "É mais simples e rápido do que a linha 6 do metrô, uma vez que não será subterrâneo", ressalta o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado, Júlio Semeghini.
O edital do projeto será discutido nessa semana pelo Conselho Gestor de PPP de São Paulo. Já Jurandir Fernandes afirmou que a tendência é de que todas as novas linhas sejam privatizadas. "As extensões das linhas atuais, como a 2-verde, nós iremos fazer, mas as novas devem ser realizadas pela iniciativa privada", afirma.
Mesmo afirmando que a linha 18 sairá do papel, Fernandes admite que é difícil dar prazo. Já o projeto de trens regionais, ligando São Paulo a Campinas, Sorocaba, Jundiaí, Santos e São José dos Campos, ainda precisa ter um dos trechos viabilizado para os demais saírem do papel. "Ainda não tenho toda a coragem de falar em trens regionais, vamos tirar primeiro o de Jundiaí do papel para ver o apetite das empresas", disse. De acordo com ele, o adiamento do trem de alta velocidade (TAV) deixa mais espaço para o projeto, que passa a ser o único foco das empresas no momento.
Mulheres são a maioria dos usuários do metrô de São Paulo
Contratos
Semeghini afirmou que a PPP (Parceria Público-Privada) da linha 6 do Metrô de São Paulo é a primeira de uma série de contratos que o governo paulista pretende assinar até 2014.
Segundo ele, os contratos em PPP devem produzir de R$ 50 a R$ 60 bilhões até o fim de 2014. Ele citou, por exemplo, a linha 18 do monotrilho, no valor de R$ 4 bilhões, e a construção de 20 mil casas no centro da capital, de R$ 4,6 bilhões.
Estão previstos ainda projetos de trem regional, ligando a capital a Jundiaí (SP), fábrica de remédios e construção e operação de piscinões. (Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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