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Advogado diz que pode largar caso se jovens se contradisserem sobre rojão

Cinegrafista da Band é visto momentos antes de ser atingido - Agência O Globo
Cinegrafista da Band é visto momentos antes de ser atingido Imagem: Agência O Globo

Do UOL, no Rio

13/02/2014 15h30Atualizada em 13/02/2014 17h14

O advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende Caio Silva de Souza, 22, e Fábio Raposo, 22, suspeitos de acender e atirar o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, da "Rede Bandeirantes", durante protesto no centro do Rio de Janeiro, na quinta-feira (6), afirmou que se os dois começarem a se contradizer em depoimentos, pode abandonar o caso.

“Se começar a haver colisão entre eles, então fica difícil de exercer a defesa que eu quero. Eu tenho elementos para poder descaracterizar o enquadramento da autoridade policial, (...) mas esses elementos só são úteis se eles ficarem juntos”, disse Nunes em entrevista à rádio “CBN”.

O advogado se referia ao depoimento de Caio, no qual afirmou que o tatuador foi quem acendeu o rojão que atingiu o rosto de Santiago. Ele diz ter apenas segurado o explosivo e colocado no chão. As informações são do jornal "Extra", que teve acesso ao depoimento dado por Souza a policiais da 17ª DP (São Cristóvão), no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio, onde ele está preso.

O delegado responsável pelas investigações sobre a morte do cinegrafista da "Band" Santiago Andrade, Maurício Luciano, da 17ª DP (São Cristóvão), afirmou que a questão sobre quem acendeu o rojão não é relevante para a investigação, já que os dois respondem pelos mesmos crimes: homicídio qualificado pelo uso de artefato explosivo e explosão. "Para a gente o que interessa é isso, essas provas abundantes contra ele. É tanto indicio, tanta prova contra esse cara", afirmou Luciano. "Eles são coautores."

Em entrevista à "TV Globo", na quarta-feira (12), no entanto, Souza disse que ele havia acendido o rojão, e não Raposo. No depoimento, ele afirma conhecer Raposo das manifestações e diz ter imaginado que o artefato era um sinalizador.

Souza diz ainda que há pessoas encarregadas de distribuir pedras e apetrechos nos protestos, outras que aliciam jovens para participarem de passeatas e que ele já foi convidado a participar de forma remunerada. Ele conta ter visto 50 quentinhas chegarem à Câmara dos Vereadores do Rio, no fim de 2013, para alimentar ativistas que ocupavam o local.

O jovem negou saber quem são estas pessoas, mas afirma que elas existem. Souza afirma também já ter visto um papel com a contabilidade do dinheiro distribuído aos manifestantes na página do Anonymous Rio e do Black Bloc, no Facebook. O rapaz diz acreditar que os partidos que levam bandeira são os mesmos que pagam os manifestantes. Souza conta já ter visto bandeiras dos partidos PSOL, PSTU e FIP (Frente Independente Popular). Os dois partidos políticos citados negam ser os financiadores das manifestações.

PRINCIPAL SUSPEITO

  • Reprodução/TV Brasil

    Imagens da "TV Brasil" mostram um homem de camisa cinza e calça jeans correndo pela Central do Brasil. Para a Polícia Civil, ele foi o responsável por acender o rojão