Justiça do Rio aceita pedido da polícia e prorroga prisão de 5 ativistas
O pedido da Polícia Civil do Rio de Janeiro, de prorrogar por mais cinco dias a prisão temporária de ativistas presos no último sábado (12), foi aceito pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal da capital. De acordo com inquérito policial, o grupo planejava protestos violentos para o último domingo (13), na final da Copa do Mundo.
Com a decisão, Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a Sininho; Tiago Teixeira Neves da Rocha; Eduarda Oliveira Castro de Souza; Camila Aparecida Rodrigues Jourdan e Igor Pereira D'Icarahy continuam presos. Outros 12 presos tiveram habeas corpus concedido pela Justiça na última terça-feira (15). De acordo com informações do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), o alvará de soltura já foi expedido e a expectativa é que estes manifestantes deixem o Complexo Penitenciário de Gericinó até quinta-feira (17).
Polícia prende Sininho e outros suspeitos de vandalismo no Rio
O pedido de prorrogação de prisão dos ativistas foi feito nesta quarta-feira (16) pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, responsável pela investigação que culminou nas 17 prisões.
Os ativistas respondem por formação de grupo armado e por sua suposta participação em atos violentos em manifestações populares. O juiz que ordenou as prisões, Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, considerou "imprescindível" manter as detenções até o fim da Copa, porque havia indícios que os ativistas pudesses fazer uso de "extrema violência" em um protesto nesse dia.
Também hoje, dois adolescentes suspeitos de integrar um grupo apontado como responsável por protestos violentos no Rio tiveram a liberdade concedida pela Vara da Infância, da Juventude e do Idoso. Os dois devem ser liberados até quinta-feira (17). Ambos haviam sido presos junto com os ativistas.
No protesto de domingo, os protagonistas das cenas de violência foram os policias militares destacados para acompanhar um protesto contra a Copa do Mundo que aconteceu na praça Saens Peña. Além de agressões a manifestantes e jornalistas, os PMs foram acusados de impedir que qualquer pedestre deixasse a praça, completamnete cercada por agentes.
Na internet, vídeos mostraram as agressões. Numa das imagens gravadas por cinegrafistas amadores, o documentarista canadense Jason O'Hara foi espancado por PMs com um chute no rosto e golpes de cassetete. Ele ficou ferido e teve a câmera de seu capacete arrancada por policiais. Segundo a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), o número de profissionais agredidos no protesto chegou a 14.
Depois da ampla divulgação das cenas de violência contra manifestantes e jornalistas, o comando da Polícia Militar do Rio informou que determinou a abertura de inquérito para "apurar os atos de violência de policiais contra cidadãos durante a manifestação".
Três dias depois do protesto, já na noite de terça (15), a PM determinou a prisão administrativa de quatro policiais flagrados cometendo agressões. Em nota, a corporação informou que os agentes "já receberam determinação para se apresentarem ao Batalhão de Policiamento de Grandes Eventos onde permanecerão presos por ordem do comandante da unidade".
Os soldados Carlos Henrique Ferreira e Cristiano Ximenes são acusados de agressão e furto ao cinegrafista canadense Jason Ohara. O também soldado Jair Portilho Júnior é acusado de agressão a um repórter fotográfico, enquanto o soldado Rogério Costa de Oliveira é acusado de agressão a manifestante. Eles se entregaram nesta manhã.
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