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Depois de "muita pressão", morador decide sair de área de risco em Mariana

O agricultor José Horta Goncalves, após muita pressão, vai deixar sua casa no distrito de Paracatu, em Mariana (MG), nesta sexta-feira (27)  - Carlos Eduardo Cherem/UOL
O agricultor José Horta Goncalves, após muita pressão, vai deixar sua casa no distrito de Paracatu, em Mariana (MG), nesta sexta-feira (27) Imagem: Carlos Eduardo Cherem/UOL

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Mariana (MG)

26/11/2015 18h43

Desde o rompimento da barragem em Mariana (MG), o agricultor José Horta Gonçalves, 37, morador de uma das poucas casas que não vieram abaixo com o mar de lama no último dia 5, resiste a sair, mas, após “muita pressão” pretende deixar o local nesta sexta-feira (27)

No dia seguinte ao desastre, Gonçalves levou a mãe e o irmão caçula para se hospedarem nos hotéis de Mariana, mas não deixou seu imóvel. Ele ficou para cuidar dos pertences e dos animais.

Além da barragem que rompeu, outras duas barragens, segundo a própria Samarco, têm risco de rompimento. São a de Santarém, que ficou parcialmente danificada e a de Germano, também de rejeitos de minério de ferro, e que foi recém construída pela mineradora.

"Não estou aguentando mais a pressão. Vou deixar a minha casa nesta sexta-feira (27) e me hospedar em Mariana, mas se sumir uma agulha na minha casa, a responsabilidade é da Samarco", diz.

Há, no entanto, quem decidiu ainda se manter lá. É o caso da família Silva Pereira, que diz ficar de qualquer maneira no local.

A cerca de 40 quilômetros da sede do município, o distrito de Paracatu, em Mariana (MG), foi o segundo a ser atingido pelo rompimento e está completamente destruído.

Das 80 residências que existiam no local antes do desastre, apenas algumas na parte alta de Paracatu continuam de pé.