Ministro diz que Rocinha está pacificada, mas que a Defesa não vai resolver o problema do Rio
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou na noite desta sexta-feira ao programa RJTV, da TV Globo, que a favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, está "pacificada". “A Rocinha, pelas informações que tive pelo Comando Militar do Leste, nesse momento se encontra pacificada”, disse.
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Desde as 15h30 desta sexta, cerca de 950 militares das Forças Armadas ocupam a comunidade que, nesta sexta, voltou a ter confrontos e ataques a policiais. Ao menos duas pessoas foram baleadas.
Após o início da disputa entre os bandos dos traficantes Nem e Rogério 157, no domingo, a região registra tiroteios diários. Nesta sexta pela manhã, o tráfico voltou os ataques contra as forças de segurança na parte baixa, a mais movimentada da favela, o que levou pânico a moradores e provocou o fechamento por quase quatro horas de uma das principais ligações entre as zonas sul e oeste da capital, a autoestrada Lagoa-Barra.
“As tropas estão procurando localizar os criminosos. Eles se encontram nas matas ou espalhados na própria Rocinha em algum lugar, por isso fizemos o certo. Vamos permanecer a noite inteira, pelo menos até a manhã”, disse o ministro.
Jungmann afirmou ainda que as tropas são “extremamente especializadas e têm competência para usar força proporcional ao desafio que estão enfrentando”.
Em outra entrevista concedida nesta noite, desta vez à GloboNews, Jungmann afirmou que o "crime cooptou parte das instituições do Rio de Janeiro". O ministro citou o encontro que teve na manhã desta sexta-feira com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. "Fui pedir gente dedicada ao Rio, para fazer o desmonte desse 'Estado paralelo' em conjunto com as instituições saudáveis", relatou.
Na avaliação do ministro, o Rio precisa de uma "força integrada federal por um bom tempo, junto com as demais forças, para reverter essa situação".
Jungmann também lançou mão de uma analogia com a saúde para afirmar que é preciso escolher prioridades e "atacar as urgências" para combater a crise que abala o Rio de Janeiro. O ministro pondera, contudo, que as Forças Armadas não resolverão o problema de segurança no Estado.
As Forças Armadas podem ajudar, mas o papel fundamental é das polícias. O problema de segurança [do Rio] não será resolvido pela Defesa.
Ministro Raul Jungmann
“Quando temos uma situação crítica, a gente [o ministério da Defesa] responde. Mas o problema de segurança tem que ser resolvido na [secretaria de] Segurança, não na Defesa. É importantíssimo fortalecer e reestruturar as polícias do Rio”, afirmou à TV.
Pezão culpa a crise econômica
Já o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), atribuiu a violência e a criminalidade registradas no Estado ao momento econômico brasileiro.
Em entrevista à GloboNews nesta noite, Pezão confirmou que a crise reduziu os investimentos sociais do Estado em áreas vulneráveis. “É um momento difícil da economia. Estamos vivendo a maior crise brasileiro. Estamos pagando o preço por esse decréscimo”, disse.
O governador afirmou que na próxima semana o presidente Michel Temer deve ir ao Estado para anunciar investimentos de quase R$ 300 milhões em áreas sociais.
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