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Paróquia cancela procissão por medo de tiroteios na Rocinha

24.12.2011 - Missa de Natal na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, na Rocinha - Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro
24.12.2011 - Missa de Natal na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, na Rocinha Imagem: Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro

Do UOL, no Rio

12/10/2017 13h46

A Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem cancelou a procissão que faria nesta quinta-feira (12), feriado de Nossa Senhora Aparecida, por conta da violência e da possibilidade de tiroteios na Rocinha, favela da zona sul do Rio de Janeiro.

Com sede na estrada da Gávea, dentro da comunidade, a representação religiosa limitou a celebração pelo dia da padroeira do Brasil a três missas nesta quinta. A primeira foi realizada às 8h, e as demais estão marcadas para 18h e 19h30.

"Que a mãe Aparecida interceda por nossa querida comunidade da Rocinha. Que a paz prevaleça", informou a paróquia em sua página no Facebook.

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Desde 18 de setembro, dia seguinte ao principal capítulo da sangrenta disputa entre grupos rivais pelo controle do tráfico, 16 pessoas morreram na Rocinha em atos de violência. Além disso, as forças policiais prenderam 53 suspeitos e apreenderam 11 adolescentes. O balanço foi divulgado ontem (11) pela Secretaria de Estado de Segurança Pública.

A maior comunidade da zona sul carioca vive sob tensão há praticamente um mês. O cenário de guerra começou após uma briga entre os ex-aliados Antônio Bonfim Lopes, o Nem, e Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157.

O racha se deu depois uma tentativa de invasão à comunidade, em 17 de setembro. Na ocasião, mesmo detido na penitenciária federal de Rondônia, Nem ordenou que criminosos leais tentassem derrubar a quadrilha de Rogério 157, que assumiu o comando do tráfico na Rocinha depois da prisão do ex-chefe, em 2011.

O conflito resultou em tiroteios praticamente todos os dias e levou o Estado a reagir com um grande cerco militar, realizado em 22 de setembro. Na ocasião, foram mobilizados mais de 1.000 homens, entre militares das Forças Armadas e das polícias do Rio de Janeiro. A favela chegou a ser ocupada por uma semana. O quadro de violência, porém, continuou após a saída das tropas federais.

Na terça-feira (10), as Forças Armadas retomaram o cerco à Rocinha, dessa vez por tempo indeterminado. O papel dos militares será dar suporte às polícias Civil e Militar, que estão responsáveis pelas incursões no terreno e cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão. Homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica já atuam tanto na área urbanizada quanto na extensa região de mata que circunda a favela.