Caso João de Deus motivará mulheres a denunciarem agressores, diz Damares
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, reuniu-se hoje em Goiânia com promotores do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e com o procurador-geral de Justiça do estado, Benedito Torres Neto, para discutir a investigação contra o médium João de Deus por acusações de abusos sexuais.
Damares parabenizou a força-tarefa do MP e disse que o trabalho do órgão não é apenas de identificar vítimas de abuso e fazer a denúncia, mas também educativo. "A mulher agredida pode ser ouvida, deve ser ouvida, e acredito que esse trabalho aqui vai surtir um efeito muito grande lá na ponta", disse a ministra.
Mulheres poderão ser, a partir de agora, motivadas a denunciar, a falar, não só nesse caso específico, a denunciar e falar
Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
Os membros da força-tarefa apresentaram à ministra um relatório detalhado da investigação envolvendo o médium. Segundo o promotor Luciano Miranda, os casos relatados por 300 vítimas vão desde 1973 até 2018, sendo que "a partir de 1980, não há um ano sequer que não tenha sido relatado um abuso sexual praticado pelo acusado".
Na oportunidade, ela aproveitou para enfatizar a importância de medidas preventivas contra abusos.
"Temos que começar a trabalhar na prevenção. Nestes casos que já aconteceram, é punição, é cadeia, é reparação e acompanhamento psicológico das vítimas. O ministério vai estar acompanhando este trabalho", disse.
Damares lembrou o anúncio de uma proposta legislativa que agrava a pena de um abusador, caso ele seja sacerdote. Para entender mais sobre o caso, ela disse que precisaria conversar mais sobre o assunto com os promotores do MP e citou um possível encontro na sede do ministério, em Brasília.
"No estado de Goiás, nós temos um Ministério Público forte. E eu quero estender isso aos demais Ministérios Públicos de toda a nação", disse.
Damares lembrou o episódio em que foi vítima de violência por um líder religioso e fez um apelo às mulheres vítimas de abusos de João de Deus e que não o denunciaram.
"Se tem alguma mulher ainda no Brasil ou fora do Brasil vítima deste agressor e não teve coragem ainda de se pronunciar, se pronuncie. Se não quiser fazer isso diretamente, fale com o Ministério Público do estado de Goiás, procure a força-tarefa. Vocês serão muito bem acolhidas", disse a ministra. "Nós estamos vivendo um novo momento no Brasil, em que a vítima começa a ter prioridade nesta nação, em que os direitos humanos serão destinados também às vítimas."
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