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Caderno de autor do massacre em Suzano tem amor por arma e palavras de ódio

Reprodução do caderno de Guilherme Taucci Monteiro, 17, um dos autores do massacre que deixou dez mortos em uma escola em Suzano, na Grande São Paulo; ele escreve: "Quando caminhando em território aberto, Não aborreça ninguém. Se alguém lhe aborrecer, peça-o para parar. Se ele não parar, Destrua-o" - Talita Marchao/UOL
Reprodução do caderno de Guilherme Taucci Monteiro, 17, um dos autores do massacre que deixou dez mortos em uma escola em Suzano, na Grande São Paulo; ele escreve: "Quando caminhando em território aberto, Não aborreça ninguém. Se alguém lhe aborrecer, peça-o para parar. Se ele não parar, Destrua-o" Imagem: Talita Marchao/UOL

Talita Marchao

Do UOL, em Suzano (SP)

13/03/2019 21h02

Cadernos apreendidos pela Polícia Civil mostram o perfil psicológico de Guilherme Taucci Monteiro, 17, um dos autores do massacre que deixou dez mortos em uma escola em Suzano, na Grande São Paulo.

Além de desenhos de homens encapuzados e palavras de ódio, as anotações trazem ainda "regras do jogo", em referência às táticas de vídeo semelhantes a games como Garena Free Fire e Call of Duty.

Na contracapa de um dos cadernos, Guilherme escreve: "Quando caminhando em território aberto, Não aborreça ninguém. Se alguém lhe aborrecer, peça-o para parar. Se ele não parar, Destrua-o". O atirador cita a "bíblia satânica" como de onde teria tirado a mensagem.

Caderno 2 - Talita Marchao/UOL - Talita Marchao/UOL
Nesta folha do caderno, Guilherme Taucci Monteiro descreve suas táticas para um jogo
Imagem: Talita Marchao/UOL
Há desenhos ainda de armas, personagens encapuzados e frases, como "don't look... Or It Takes you" (não olhe ou ele vai te pegar, em tradução livre), além de dicas e regras de games.

Na delegacia, policiais mostraram as armas usadas pelos criminosos. Na lista, estão um revólver calibre 38, uma machadinha e uma besta (espécie de arco e flecha) --exceto o revólver, todas as armas são facilmente adquiridas na internet e em lojas de produtos especializados em caça.

Os celulares dos atiradores foram apreendidos. Os atiradores não tinham computadores em casa e usavam uma lan house nos arredores --segundo a polícia, um dos computadores usados pelos atiradores para jogar foi apreendido e passará por perícia.

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Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), a motivação dos atiradores ainda é desconhecida. A perícia vai revelar quais foram os ferimentos de cada uma das vítimas. Ao menos 10 pessoas morreram (incluídos os executores) e 11 ficaram feridas.

Entre as vítimas, estão cinco alunos, duas funcionárias da escola, os dois assassinos e um comerciante, que foi morto antes do crime na escola, dentro da loja onde trabalhava.