"Caminho com a dor": ato ecumênico em Suzano comove com poema de vítima
Uma semana após o massacre que terminou com oito vítimas e dois assassinos mortos em Suzano (SP), a escola Raul Brasil recebeu um ato ecumênico em lembrança dos falecidos.
Na entrada, alunos e funcionários se abraçavam emocionados.
A chacina foi promovida por dois jovens na manhã da quarta-feira passada (13).
Alunos, professores, funcionários da escola, voluntários e familiares se reuniram na quadra da escola para a celebração. Cadeiras foram dispostas na quadra para acomodar a comunidade.
A homenagem também conta com um abraço coletivo em torno do prédio. As aulas na escola estão suspensas desde o massacre, e não há previsão ainda de quando serão retomadas.
Um dos momentos que geraram maior comoção durante o culto foi a leitura de três poemas escrito por Claiton Antonio Ribeiro. O estudante de 17 anos foi um dos mortos pelos dois assassinos no ataque.
Os poemas, escritos por Claiton na escola, foram lidos pelo aluno Pedro César, que representou os estudantes da Raul Brasil. Ele não fez comentários sobre a tragédia.
Os textos falavam sobre a vida e relações pessoais.
Leia os textos na íntegra:
Andando
Eu ando com a vida
Mas caminho com a dor,
a mágoa e o ódio
porém as deixo
de lado às vezes
para caminhar com a
felicidade, alegria e o amor
ando... e ando
ando e ando
sem parar
até um dia chegar
na casa da morte
aonde ela me esperando
está.
Entre lugares
Entre sorrisos
e abraços
alegria e dor
Sofrimento e amor
Há sentimentos sinceros
Talvez de alguém discreto
Que apoia seu pilar
Em um barco
que encontra-se a velejar
entre o barco e a água
o eterno vazio
da solidão que está
a nos consolar.
Entende
Como entender uma pessoa?
Pergunta simples, resposta simples
não há
Você não consegue entender
Só compreender e julgar
Pois dizer o que acha
às vezes
é a pior escolha que pode lhe fazer
chorar.
Assistência e reforma
Desde a semana passada, psicólogos ligados ao governo do estado e à prefeitura de Suzano têm prestado assistência à comunidade. Ontem, cerca de 450 dos 1200 alunos da escola foram à escola para participar de atividades de acolhimento.
A escola também tem seu visual reformulado aos poucos. O prédio tem ganhado novas cores e, nos últimos dias, as carteiras nas salas de aula estão sendo substituídas.
Mas o pedido por mais segurança para a área de educação não foi esquecido. A comunidade já convoca uma manifestação para a noite de amanhã. E o pedido fica evidente no apoio dado por quem fica perto da escola, como nos origamis com a palavra "paz", entregue a sobreviventes da tragédia.
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