Professor morto mudou de colégio neste ano; aluno suspeito é apreendido
O professor Júlio César Barroso de Sousa, 41, estava há apenas quatro meses na escola estadual Céu Azul, em Valparaíso de Goiás (GO), e era tido pelos colegas como uma pessoa tranquila e educada. Na tarde de ontem, porém, ele foi assassinado com dois tiros na sala dos professores, após ter discutido com um aluno no período da manhã.
O suspeito foi apreendido na manhã de hoje. Ele tem 17 anos, está no 2º ano do ensino médio e, de acordo com o delegado Rafael Abrão, responsável pela investigação, já tinha antecedentes por ato infracional "análogo a roubo". O adolescente entrou no colégio uniformizado e com um revólver na cintura. Abrão explica que o menor quis se vingar de Sousa, que o repreendeu no período da manhã por ter discutido com uma professora.
Os colegas de trabalho da vítima se reuniram, na manhã de hoje, em frente à escola para homenagear o professor. Vestidos de preto e exibindo um cartaz de luto na porta do colégio, muitos se sensibilizaram e pediram segurança. O professor era casado e tinha dois filhos: uma menina de três anos e um garoto de seis. Ele morava em Santa Maria, no Distrito Federal.
A coordenadora pedagógica Aline Arantes, de 37 anos, disse que Sousa trabalhava há pouco tempo no local. Apesar disso, já era muito querido pelos alunos. "Ele entrou no colégio em janeiro desse ano. Era muito tranquilo, educando e reservado. Uma pessoa maravilhosa e que vai fazer muita falta. Estamos bem abalados", lamentou.
O velório do professor está marcado para às 19h na Capela Divina Espírito Santo, em Valparaíso. Já o enterro está previsto para às 8h de amanhã no cemitério de Brazlândia
O crime
Responsável pela investigação, Abrão explica que o crime ocorreu por vingança, já que Sousa, que também era coordenador do colégio, teria repreendido o aluno por ter brigado com uma professora. O adolescente atirou primeiro nas costas do docente, que tentou correr, mas foi atingido na cabeça quando estava no chão.
"Julio teria dito que iria transferir o aluno, já que ele dava muito problema. Discutiu com uma professora, a xingou e disse que iria matá-la. Então, o coordenador disse que iria mudá-lo de escola e chamaria a polícia. Tudo isso aconteceu de manhã. À tarde ele voltou, e cometeu o crime. Foi a sangue frio", diz o delegado.
Segundo a Polícia Civil, o crime ocorreu na hora do intervalo. "Houve pânico, corre-corre e gritaria", afirma Abrão. Ele também conta que muitos jovens se esconderam dentro das salas e chegaram a pensar que se tratava de um massacre.
O delegado explica que o menor foi encontrado na casa de um amigo, no bairro do Pedregal, a 40 minutos de Valparaíso. "A polícia já estava mapeando os trajetos dele. Conseguimos efetuar a apreensão e ele já foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente", diz.
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