Irmã diz que pastor pode ter sido morto "por causa de dinheiro"
A irmã do pastor Anderson do Carmo, assassinado a tiros em 16 de junho, afirmou que a motivação do crime pode ter sido uma disputa envolvendo dinheiro. "Acho que foi por causa de dinheiro. Se foi por causa de dinheiro, quero que venha à tona", disse Michele do Carmo em entrevista à TV Globo. Ela também informou que esteve na casa no dia em que o Carmo, que era casado com a deputada federal Flordelis (PSD-RJ), foi assassinado.
Sobre a ida à residência do casal em Niterói no dia do crime, ela disse ter ficado desconfiada por conta de algumas situações na casa, mas que "ficou calada" e que não contou para ninguém --ela não deu detalhes sobre quais seriam as suspeitas. Michele acrescentou ter narrado o que viu para a Polícia Civil.
Ela prestou depoimento na última quarta-feira (26) por cerca de quatro horas na Divisão de Homicídios de São Gonçalo e Niterói, que investiga a morte. Ao sair da delegacia, a irmã do pastor evitou narrar o que informou à polícia, sob justificativa de não atrapalhar as investigações.
"Quero justiça, mas não posso contar o que falei. Quero que a justiça seja feita, doa a quem doer", declarou. Ela também disse que Carmo não recebia ameaças, não tinha inimigos ou amantes. "O que eu vi eu vim dizer", completou.
Ontem, a polícia intimou oito dos 55 filhos do casal (a maioria adotivos) para prestar depoimento à polícia. Eles são ouvidos durante a tarde de hoje na unidade policial.
Os agentes tentaram apreender o carro do pastor, mas um dos advogados da deputada federal impediu, sob justificativa de que os policiais não tinham um mandado de busca e apreensão para coletar o veículo.
Outros dois filhos do pastor estão presos desde os dias seguintes ao crime e são suspeitos do homicídio: Flávio dos Santos Rodrigues, 38, filho biológico da parlamentar, tinha contra si um mandado de prisão por violência doméstica, e Lucas dos Santos, 18, responde por um crime análogo ao tráfico de drogas, que teria cometido quando ainda era menor de idade. A prisão temporária de ambos por suspeita de envolvimento no assassinato foi decretada em 20 de junho.
Segundo a polícia, Flávio confessou ter dado seis tiros no pastor. Dias depois, no entanto, a defesa de Flávio negou a confissão. Lucas, por sua vez, é suspeito de ter fornecido a pistola 9 mm usada no crime. Ela foi encontrada em cima de um armário no quarto usado por Flávio dentro da residência de Flordelis e Carmo.
No final da semana passada, a polícia divulgou vídeos que os colocam na cena do crime. Imagens mostram o suspeito Flávio no local do crime saindo correndo da casa às 3h40. Segundo a polícia, ele teria alegado que buscaria ajuda policial, mas Flávio retorna sozinho ao local, às 3h53. Dois minutos depois do retorno de Flávio, um carro leva Carmo ao hospital, mas o pastor já estava morto.
As imagens também mostram Lucas chegando em um carro de aplicativo e descendo do veículo por volta das 3h10. O motorista permanece do lado de fora da casa. Cinco minutos depois, câmeras mostram Lucas entrando no carro, que deixa o local. De acordo com a polícia, ele não teria presenciado o crime, mas ajudou a comprar a arma calibre 9 mm que foi usada nos disparos.
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