Dodge: Prisão nem sempre tem efeito desejado, e massacres desonram a nação
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou na noite de hoje (31) que massacres em presídios, como o ocorrido há dois dias em uma unidade de Altamira (PA), "nos desonra como país, como nação".
Ela também defendeu que o aumento da população carcerária seja objeto de reflexão e disse que o encarceramento em massa pode não trazer o resultado esperado pela sociedade.
Dodge relembrou dado recente divulgado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que registrou que a população carcerária do Brasil chegou a 812 mil pessoas.
"Desse total, 330 mil são de presos provisórios. Não foram condenados, mas estão encarcerados por razões determinadas pela lei. Devemos refletir sobre esses dados, porque nem sempre o encarceramento provoca o efeito inibitório desejado do efeito penal", afirmou na abertura do encontro nacional do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), que é realizado em João Pessoa.
Ela também convocou a população a repudiar "massacres ocorridos em prisões, como o do interior do Pará".
O episódio terminou com 58 mortes no Centro de Recuperação Regional de Altamira. Investigações da Abin (Agência Brasileira de Investigação) e do estado paraense apontam que o massacre ocorreu a partir de membros da facção CCA (Comando Classe A) contra integrantes do CV (Comando Vermelho).
"Devemos nos unir nesse esforço conjunto de promover o que a constituição determina: pena a ser cumprida de forma justa e em condições adequadas. Tragédias como essas nos desonram como povo, como nação", complementou a procuradora-geral.
O Pará faz parte da chamada "rota caipira", por onde passa a cocaína que chega ao Brasil dos países andinos passa para chegar ao Nordeste e ao exterior. No estado, a CCA é aliada à facção paulista PCC (Primeiro Comando da Capital). As facções disputam o território pelo tráfico de drogas.
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