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Governo do CE muda versão, diz que não há morte confirmada, mas não explica

Veja como foi o desabamento do prédio em Fortaleza

UOL Notícias

Aliny Gama e Daniel Herculano

Colaboração para o UOL, em Maceió e Fortaleza

15/10/2019 18h59Atualizada em 15/10/2019 20h40

Resumo da notícia

  • Edifício desabou esta manhã em Fortaleza
  • Inicialmente, comandante dos bombeiros falou que havia um morto
  • No início da noite, autoridades passaram a falar que não havia confirmação
  • Resgate deve durar 2 dias, segundos os bombeiros
  • Estimam-se que haja 9 pessoas nos escombros

Após o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará afirmarem nesta manhã que o desabamento do edifício Andrea, em Fortaleza, havia deixado um morto, as autoridades do estado recuaram e passaram a dizer, por volta das 18h30, que "não há nenhuma morte confirmada".

A reportagem questionou os bombeiros, a Polícia Civil, a SSPDS e a Perícia Forense sobre a morte que havia sido anunciada e sobre a mudança de versão. Mas não houve resposta oficial.

Em entrevista coletiva, o comandante Eduardo Holanda disse que, até o momento, "todas as vítimas foram retiradas vivas" dos escombros, resultado dos sete andares que desabaram e de parte de um mercado vizinho que também teve a estrutura atingida.

Mais cedo, o coronel Cleyton Bezerra, chefe da operação dos Bombeiros, o tenente-coronel Oscar Neto e o tenente Romário Filho afirmaram que havia um morto na tragédia. A informação também tinha sido repassada pela SSPDS por meio de nota.

Questionado sobre a diferença nas versões, o governador Camilo Santana (PT) não foi claro, mas repetiu a versão de que nenhum corpo foi retirado sem vida.

"Nove [pessoas] foram resgatadas com vida. Nove ainda estamos buscando. A determinação é 24 horas trabalhando para salvar as pessoas nos escombros", disse Santana.

No hospital

O hospital IJF (Instituto José Frota) informou que recebeu três vítimas do desabamento. São elas:

  • Cleide Maria da Cruz Carvalho 60;
  • Maria Antônia Peixoto, 72
  • Gilson Moreira Gomes, 53.

Todos seguem em atendimento, segundo o hospital.

Resgate manual

Segundo os bombeiros, o resgate de sobreviventes será feito manualmente nessas primeiras 24 horas após o desabamento.

Segundo o coronel Eduardo Holanda, comandante geral do Corpo de Bombeiros no Ceará, o uso de maquinário pesado ocorrerá só depois desse prazo. A complexidade desse resgate é maior, já que há possibilidade de pessoas com vida sob os escombros.

"São quase 300 homens envolvidos na operação, e não descansaremos até que o último reclamado seja resgatado", afirmou Holanda.

Ele diz que os bombeiros entram em "cada fresta, em cada espaço, dentro da pilha de escombros" em busca de sobreviventes.

Noite a dentro, mais dois dias

Os bombeiros estimam também que o trabalho de resgate durará ao menos dois dias, e a atividade adentrará a noite. Iluminação está sendo preparada para a operação noturna.

"Vamos ficar 24 horas por dia na operação e vamos ficar até resgatar todos dos escombros", afirmou o comandante.

"A gente procura fazer muito silêncio no local para tentar ouvir as vítimas. O maquinário pesado ainda não é indicado por criar uma instabilidade e pode ocorrer um novo desabamento. A gente vai esperar pelo menos 24 horas para entrar esse maquinário", afirmou.

De acordo com o levantamento mais recente, há nove pessoas a serem retiradas do desabamento.

"As famílias dos reclamados são informados com um boletim a cada 2 horas, e pelo que consta, nenhum criança está no prédio", afirmou o bombeiro.