Mãe e companheira vão a júri popular acusadas de matar Rhuan Maycon
A mãe do menino Rhuan Maycon da Silva Castro, Rosana Auri da Silva Cândido, e a companheira dela, Kacyla Pryscila Santiago Damasceno Pessoa, irão à júri popular acusadas de matar o garoto de 9 anos, em 31 de maio, na região de Samambaia, no Distrito Federal. As duas respondem por cinco crimes.
A sentença de pronúncia é do juiz Fabrício Castagna Lunardi do Tribunal do Júri de Samambaia. A data do julgamento ainda não foi marcada e cabe recurso à decisão.
As mulheres estão presas desde o dia do crime. Procurado pelo UOL, o advogado Renato Barcat, que defende as acusadas, disse que o processo está em segredo de Justiça e só irá se manifestar nos autos.
Rosana e Kacyla foram denunciadas pelos crimes de homicídio qualificado, tortura, ocultação e destruição de cadáver, lesão corporal gravíssima e fraude processual. O promotor incluiu como agravante do crime o motivo torpe, a forma cruel e a impossibilidade de defesa da vítima.
Segundo o promotor Tiago Dias Maia, o crime foi cometido de forma premeditada. Elas planejaram como matar e ocultar o corpo da criança. A dupla esperou Rhuan dormir, Rosana deu uma facada no peito da criança e depois desferiu mais 11 golpes com o objeto. Kacyla ajudou a companheira, segurando o garoto.
Após as 12 facadas, a mãe decapitou o filho ainda com vida, de acordo com a denúncia. As duas separaram partes do corpo, tentaram queimar parte dele em uma churrasqueira, mas não tiveram sucesso e decidiram dividir as partes do corpo em uma mala e duas mochilas.
Na denúncia, o promotor explica que a mãe tinha um "sentimento de ódio" em relação ao filho por conta da família paterna dele. O pai do garoto, Maycon Douglas Lima de Castro, separou-se de Rosana após o nascimento de Rhuan.
Após a separação, a mãe do menino fugiu do Acre e não entrou mais em contato com os familiares. Com a namorada, Rosana morou em Sergipe, Goiás e no Distrito Federal. Maycon acionou a Justiça e obteve a guarda provisória de Rhuan em novembro de 2015, em decisão do juiz Romário Divino Faria, da 2ª Vara da Infância e Juventude de Rio Branco.
Apesar da decisão, o pai jamais conseguiu localizar o filho. A família paterna divulgou nas redes sociais a foto do garoto e pedia informações sobre o paradeiro dele, mas nunca obteve sucesso.
Vizinhos acionaram a polícia
Segundo o MP, a mãe jogou a mala com partes do corpo de Rhuan em um bueiro próximo à casa onde ocorreu o crime. O ato gerou desconfiança de vizinhos, que acionaram a polícia antes que o casal conseguisse ocultar as duas mochilas.
O MP também pontuou o crime de tortura e lesão corporal cometidos contra Rhuan. Segundo a denúncia, o garoto "foi submetido a um intenso sofrimento físico e mental, enfrentou desprezo e privações".
A vítima teve o pênis decepado um ano antes de ser morto e não frequentava a escola. No documento enviado à Justiça, o promotor também pede a manutenção da prisão preventiva, além da quebra do sigilo telefônico das mulheres. Ele também pede que exames psicológicos sejam feitos no casal que, em defesa, alegou sofrer de insanidade mental.
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