Após PM-AM matar 17, secretário diz que família de quem atirar vai chorar
Resumo da notícia
- Segundo governo estadual, os 17 mortos pela PM eram ligados a facções criminosas
- Se trocarem tiro com a polícia, infelizmente suas famílias é que vão chorar, diz secretário
- MP do Amazonas afirma que acompanhará investigação sobre a morte dos "supostos traficantes"
- Nenhum policial ficou ferido na operação, ocorrida entre as 22h de ontem e as 3h de hoje
O secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), Coronel Louismar Bonates, afirmou que quem levantar arma e trocar tiro com a polícia no Amazonas causará o choro de suas famílias. A declaração ocorreu durante entrevista coletiva à imprensa na manhã de hoje, horas após a PM-AM (Polícia Militar do Amazonas) matar 17 pessoas no bairro Crespo, Zona Sul de Manaus.
De acordo com a SSP-AM, os 17 mortos eram ligados a facções criminosas que estavam em confronto na disputa por área de tráfico de drogas. Nesta madrugada, a polícia interveio, e nenhum policial ficou ferido. Segundo o secretário, "nenhum morador e nenhum cidadão de bem" foi atingido.
"Se eles vierem levantar arma, trocar tiro com a polícia, infelizmente as suas famílias é que irão chorar", declarou o secretário.
Mais cedo o comandante da PM-AM, Coronel Ayrton Norte, ao falar sobre a ocorrência na capital do Amazonas, afirmou que quem atirar contra a polícia receberá bala de volta.
"Aqueles que agirem de maneira ousada contra a polícia vão receber reposta à altura, e a resposta é essa: trocou tiro com a polícia, não tem para onde correr, vai receber tiro também", disse o comandante da PM-AM.
O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), se manifestou nas redes sociais sobre as 17 mortes. Ele pontuou que o governo não descansará enquanto o povo não se sentir seguro. "Estamos trabalhando para garantir a segurança do cidadão que sai para trabalhar, todos os dias, para sustentar sua família, e para resguardar as vidas dos nossos policiais que estão nas ruas para nos proteger. Infelizmente, nessa batalha, perdem as famílias dos que se envolvem com o que é errado, mas ganha o cidadão de bem", declarou o governador.
Na noite de ontem, sete dos 17 corpos foram liberados pelo Instituto Médico Legal (IML), que confirmou que 16 vítimas identificadas até às 21h20 de ontem. De acordo com a diretora do IML, Sanmya Leite, as famílias foram notificadas sobre as vítimas e iniciaram os procedimentos funerários. Os homens foram identificados por meio de coleta necropapiloscópica.
Segundo o IML, foram liberados os corpos de Bruno Cardoso Lopes, 23, Markleuson Batista da Silva, 18, Max William Sampaio da Silva Cavalcante, 29, Michel dos Santos Cardoso, 27, Alexsandro Custódio de Carvalho, 16, Erick Osmarino Silva Santos, 17, e Lucas da Costa Pereira, 21.
Os nomes dos outros dez mortos serão divulgados à imprensa após as famílias serem comunicadas.
Investigação
O MP-AM (Ministério Público do Estado do Amazonas) informou que abriu um procedimento para acompanhar a investigação sobre a morte dos "supostos traficantes".
"Convidei o secretário de segurança para que ele nos informasse do ocorrido na madrugada. Ele veio e nos prestou as informações que tem até este momento, e nós vamos acompanhar a apuração da questão", declarou o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do MP-AM, Carlos Fábio Monteiro.
A ação da PM-AM
Segundo o secretário da SSP-AM, a ação ocorreu entre as 22h de ontem e as 3h da da madrugada de hoje. A área foi saturada de policias no último mês, segundo o secretário, porque o monitoramento da polícia indicava os riscos de confrontos entre facções. Coronel Bonates disse que todos os confrontos entre os cerca de 60 policiais da PM-AM e os traficantes ocorreram em becos e vielas dos bairros.
O primeiro suposto traficante foi morto, segundo o secretário, às 22h e usava tornozeleira eletrônica. A SSP-AM informou que, na manhã de hoje, houve novo confronto e que uma pessoa ligada ao tráfico de drogas foi atingida e levada pela PM ao hospital.
O secretário de segurança atribui o resultado da ação com 17 mortes de um lado e nenhum policial ferido ao preparo da polícia do Amazonas e à proteção de Deus. Coronel Bonates disse que não teme represálias das facções que perderam membros no confronto com a PM-AM.
"Não estamos preocupados com represálias. Não tem por que ter represálias. Não fizemos nada irregular. São marginais que estão trazendo intranquilidade para a população. Estamos muito tranquilos quanto a isso", disse.
O secretário de Segurança Pública disse que a SSP está tranquila em relação ao acompanhamento do MP-AM sobre as mortes. "Não estamos aqui para esconder nada. Estive pela manha no MP e pedimos a eles que acompanhem este inquérito. Uma prova que temos certeza que a polícia trabalhou da forma mais correta possível", pontuou.
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