Suspeito de ataque a Porta dos Fundos diz que volta ao Brasil até dia 30
O empresário Eduardo Fauzi Richard Cerquise, 41, suspeito de participar do ataque com coquetéis molotov à sede da produtora Porta dos Fundos, à véspera do Natal, disse na tarde de hoje que pretende se apresentar às autoridades brasileiras até o dia 30 de janeiro e garantiu que está "pronto para abraçar as consequências".
"A gente tem uma ofensa real ao sentimento palpável. A resposta foi mais do que justa, foi preparada para isso. Estou pronto para abraçar as consequências do homem que eu sou. Eu estou lendo o ambiente, eu estou lendo a situação à distância. Se eu sentir que minhas seguranças pessoais e físicas estão em perigo, eu vou optar por não me apresentar neste momento, mas, em princípio, os meus planos são realmente estar retornando dia 30 de janeiro", disse ele, em entrevista à rádio BandNews FM.
Questionado pela reportagem sobre sua participação direta no ataque e na compra dos materiais, Fauzi não quis responder alegando se tratar de uma estratégia de defesa.
Fauzi embarcou em um voo do Rio com destino a Paris para chegar a Moscou. O embarque aconteceu cinco dias após o atentado, mas um dia antes de ter sido decretada a prisão temporária por tentativa de homicídio por explosão.
Imagens capturadas por uma câmera de segurança mostram o momento em que ele chega de táxi ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, na zona norte do Rio. E, em seguida, aparece passando pelo detector de metais.
Foragido, Fauzi postou no dia 1º um vídeo na internet com críticas aos humoristas do Porta dos Fundos pelo filme que retrata Jesus Cristo como um homem gay.
Nome na Interpol
A Polícia Civil solicitou a inclusão do nome dele na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional. Caso seja preso na Rússia, Fauzi será trazido para o Brasil, já que os dois países mantêm um acordo de extradição.
O ataque ocorreu na sede do Porta dos Fundos, no Humaitá, zona sul do Rio, na madrugada do dia 24.
De acordo com a Polícia Civil, ao menos quatro homens participaram da ação, em que foram lançados coquetéis molotov contra o prédio. As chamas foram contidas por um funcionário do grupo. Os criminosos usaram dois veículos — um carro e uma moto — e estavam encapuzados no momento do ataque.
Além da 10ª DP, outros setores da Polícia Civil participam da apuração do caso, assim como a Perícia Técnica e a DRCI (Delegacia de Repressão a Crimes de Informática).
Um grupo neofascista reivindicou a autoria do ataque na ocasião. Eles divulgaram imagens de três homens encapuzados lançando os artefatos contra a fachada do imóvel. Segundo os militantes de extrema-direita, a ação é uma retaliação ao filme "A Primeira Tentação de Cristo", que estreou em dezembro na plataforma de streaming Netflix. (Assista ao trailer abaixo)
Na obra, Jesus, vivido pelo comediante Gregório Duvivier, é retratado como um homem gay. A sátira provocou reações de políticos, ativistas e movimentos conservadores e ligados a igrejas.
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