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Após fortes chuvas, São Paulo registra lentidão no trânsito abaixo da média

Marginal Pinheiros, na altura da ponte Cidade Jardim, travada após forte chuva atingir São Paulo - 10.fev.2020 - Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Marginal Pinheiros, na altura da ponte Cidade Jardim, travada após forte chuva atingir São Paulo Imagem: 10.fev.2020 - Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Alex Tajra

Do UOL*, em São Paulo

10/02/2020 20h12Atualizada em 10/02/2020 22h56

A cidade de São Paulo registrou, por volta das 20h de hoje, 37 quilômetros de lentidão em suas vias, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfico). O número é menor que a média diária para o horário registrada pela companhia, que fica entre 53 e 75 quilômetros de congestionamento.

Desde a noite de ontem, fortes chuvas atingiram a capital alagando as ruas, deixando moradores ilhados e forçando o Corpo de Bombeiros a resgatar quem ficou preso ou quem foi atingido por deslizamentos. A cidade chegou a registrar 97 km de lentidão entre as 9h e as 10h da manhã.

A CET também informou que o rodízio de veículos permanecerá suspenso amanhã.

Pontos intransitáveis

A chuva que atinge a cidade de São Paulo desde a noite de domingo causou dezenas de pontos de alagamentos. Ao todo, foram 154 pontos de alagamento registrados pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) —a grande maioria já foi normalizada. Às 22h50, o CGE registrava apenas 13 pontos de alagamento intransitável, na Avenida Dr. Gastão Vidigal, na Lapa, zona oeste da cidade.

Em horas, metade da chuva esperada para um mês

A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente informou que choveu 66% do total esperado para o mês em cerca de três horas.

De acordo com o CGE, áreas de instabilidade associadas a chegada de uma frente fria provocaram chuva com intensidade variando entre moderada a forte em um período de aproximadamente três horas, o que formou alagamentos e transbordamentos de rios e córregos em toda cidade.

"Choveu em São Paulo 113 milímetros até agora [por volta das 9h], quase metade da média de 250 milímetros para o mês", informou ao UOL o meteorologista Marcelo Schneider, do Inmet.

O especialista se refere às chuvas que caíram na região de Santana, zona norte da cidade, entre "o final da tarde de domingo e a manhã de hoje". Na estação do Sesc Interlagos, choveu 84 milímetros, enquanto a precipitação foi maior em Barueri: 141,2 milímetros.

Chuva continua na terça

O meteorologista Olívio Bahia, também do Inmet, explica que as fortes chuvas se devem à passagem de uma frente fria "que no momento está pelo leste do estado".

"Hoje é o pior dia. Amanhã ainda tem chuva no Vale do Paraíba, litoral e parte da Grande São Paulo", diz Bahia. "A chuva deve parar na quarta-feira, quando a frente fria for para o Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais."

Deslizamentos

Embora as precipitações devam diminuir a partir de hoje, a preocupação dos meteorologistas ouvidos pela reportagem é com os deslizamentos. "O problema são as encostas, principalmente no litoral e na região oeste de São Paulo", afirma Schneider. "O solo já vinha encharcado em razão dos últimos dias."

Já Olivio Bahia explica que o risco é grande porque as cidades têm dificuldade para escoar o grande volume de água que caiu em tão pouco tempo no estado.

"Não saia de casa"

Mais cedo, o secretário Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo, Marcos Penido, afirmou que "num período curto de três horas choveu 50% do que era esperado para todo o mês de fevereiro"."O sistema funcionou até o limite, mas a chuva veio acima da capacidade. Temos de cuidar das emergências para evitar danos maiores", declarou.

Ele informou que o rodízio de carros na capital foi suspenso, mas pediu que as pessoas não saiam de casa. "Não é o momento para deslocamentos", afirmou.

*Com reportagem de Luís Adorno e Wanderley Preite Sobrinho, do UOL em São Paulo