Apesar de falas de Bolsonaro, São Paulo ficou vazia em 2º dia de quarentena
Resumo da notícia
- São Paulo seguiu vazia, durante o segundo dia da quarentena imposta pelo governador João Doria (PSDB) e pelo prefeito Bruno Covas (PSDB)
- Ruas do centro e estações do metrô continuam com pouca gente, muito diferentes do habitual
- Bolsonaro fez pronunciamento em cadeia nacional ontem classificando de "histeria" as medidas adotadas para controlar a pandemia
A despeito do discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as medidas restritivas impostas pelos estados brasileiros, a maior metrópole do país seguiu vazia, durante o segundo dia da quarentena imposta pelo governador João Doria (PSDB) e pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). Ruas do centro e estações do metrô seguem muito diferentes do habitual.
Bolsonaro fez pronunciamento em cadeia nacional ontem classificando de "histeria" as medidas adotadas para controlar a pandemia. Hoje, na esteira das declarações do presidente, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), afirmou em suas redes sociais que pretende ordenar a reabertura gradual do comércio na capital fluminense.
A posição do presidente foi duramente criticada por médicos, cientistas e associações e entidades que representam estas categorias.
A SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), por exemplo, classificou o pronunciamento de Bolsonaro como "temerário". "Tais mensagens podem dar a falsa impressão à população que as medidas de contenção social são inadequadas e que a COVID-19 é semelhante ao resfriado comum."
Pouca gente no metrô
Em São Paulo, no horário de pico no final da tarde de hoje, o Metrô, que transporta mais de quatro milhões de pessoas em média diariamente, estava vazio. Na estação da Sé, na Linha Vermelha, considerada uma das principais e mais movimentadas da cidade, era possível escolher assentos para sentar tanto no sentido leste (Itaquera), quanto no sentido oeste (Barra Funda).
Nesta estação, a última da Linha Vermelha, também era possível notar a diferença com os dias normais. As grades que separam as entradas, e que costumam aglomerar dezenas de pessoas para entrar em cada porta, tinham espaços consideráveis, a ponto de os passageiros se apoiarem nela tranquilamente para aguardar o trem.
À reportagem, o Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) informou que, levando em consideração todas as linhas (incluindo as privatizadas), houve uma redução de 83% no número de passageiros ontem, quando comparado a uma semana normal, sem a interferência da quarentena.
Já a secretaria de Transportes disse que houve queda de 65% no número de passageiros nos três modais (trens da CPTM, Metrô e ônibus).
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