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Apesar de falas de Bolsonaro, São Paulo ficou vazia em 2º dia de quarentena

Estação da Sé, sentido Itaquera, às 18h desta quarta-feira (25) - UOL
Estação da Sé, sentido Itaquera, às 18h desta quarta-feira (25) Imagem: UOL

Alex Tajra

Do UOL, em São Paulo

25/03/2020 20h18

Resumo da notícia

  • São Paulo seguiu vazia, durante o segundo dia da quarentena imposta pelo governador João Doria (PSDB) e pelo prefeito Bruno Covas (PSDB)
  • Ruas do centro e estações do metrô continuam com pouca gente, muito diferentes do habitual
  • Bolsonaro fez pronunciamento em cadeia nacional ontem classificando de "histeria" as medidas adotadas para controlar a pandemia

A despeito do discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as medidas restritivas impostas pelos estados brasileiros, a maior metrópole do país seguiu vazia, durante o segundo dia da quarentena imposta pelo governador João Doria (PSDB) e pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). Ruas do centro e estações do metrô seguem muito diferentes do habitual.

Bolsonaro fez pronunciamento em cadeia nacional ontem classificando de "histeria" as medidas adotadas para controlar a pandemia. Hoje, na esteira das declarações do presidente, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), afirmou em suas redes sociais que pretende ordenar a reabertura gradual do comércio na capital fluminense.

A posição do presidente foi duramente criticada por médicos, cientistas e associações e entidades que representam estas categorias.

A SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), por exemplo, classificou o pronunciamento de Bolsonaro como "temerário". "Tais mensagens podem dar a falsa impressão à população que as medidas de contenção social são inadequadas e que a COVID-19 é semelhante ao resfriado comum."

Pouca gente no metrô

Em São Paulo, no horário de pico no final da tarde de hoje, o Metrô, que transporta mais de quatro milhões de pessoas em média diariamente, estava vazio. Na estação da Sé, na Linha Vermelha, considerada uma das principais e mais movimentadas da cidade, era possível escolher assentos para sentar tanto no sentido leste (Itaquera), quanto no sentido oeste (Barra Funda).

Estação da Sé hoje, por volta das 18h, no sentido Tucuruvi - UOL - UOL
Estação da Sé hoje, por volta das 18h, no sentido Tucuruvi
Imagem: UOL

Nesta estação, a última da Linha Vermelha, também era possível notar a diferença com os dias normais. As grades que separam as entradas, e que costumam aglomerar dezenas de pessoas para entrar em cada porta, tinham espaços consideráveis, a ponto de os passageiros se apoiarem nela tranquilamente para aguardar o trem.

À reportagem, o Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) informou que, levando em consideração todas as linhas (incluindo as privatizadas), houve uma redução de 83% no número de passageiros ontem, quando comparado a uma semana normal, sem a interferência da quarentena.

Já a secretaria de Transportes disse que houve queda de 65% no número de passageiros nos três modais (trens da CPTM, Metrô e ônibus).