Capital não para por completo e SP decide hoje feriado na segunda no Estado
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) decide hoje sobre a proposta do governador João Doria de antecipar o feriado estadual de 9 de julho para a próxima segunda-feira (25). A medida, caso aprovada pelos deputados estaduais, valerá para todo o estado de São Paulo.
O objetivo do governador é aumentar a taxa de isolamento no Estado, índice que tem ficado abaixo das expectativas, só aumentando nos feriados e finais de semana. Se aprovada a medida, o feriado se unirá na capital com o feriadão decretado pelo prefeito Bruno Covas que passou a valer entre ontem e hoje, mais o ponto facultativo a ocorrer amanhã — no total, serão seis dias do 'megaferiado'.
O Projeto de Lei 351/2020 foi enviado pelo governador à Alesp na segunda-feira (18), e ontem foi aprovado o regime de urgência. A votação definitiva ocorre hoje a partir das 14h30, em sessão extraordinária em ambiente virtual.
As taxas de isolamento no Estado têm ficado abaixo de 50% nos dias de semana e crescem somente aos sábados, domingos e feriados. O objetivo do governo é elevar esse índice — o ideal é se aproximar de 70% — para não ser necessário decretar o lockdown (bloqueio total) no Estado.
Primeiro dia de feriadão
O feriadão implementado pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), começou ontem, como última cartada antes da medida mais restritiva. O que se viu, no entanto, foi uma movimentação ainda persistente na capital.
Repórteres do UOL percorreram a cidade e notaram que no centro, pela manhã, o fluxo foi intenso, tanto de carros como de pessoas. No Brás, comerciantes se aglomeravam e despejavam suas mercadorias em toalhas nas calçadas. O mesmo aconteceu na rua Santa Ifigênia, ponto de venda de produtos eletrônicos.
No parque do Ibirapuera, zona sul da capital, foi possível ver famílias reunidas fazendo piquenique ao redor do espaço de lazer, que se encontra fechado. Às margens do lago que fica em frente ao local, havia gente fazendo ioga, lendo, se alongando e correndo.
Já a avenida Paulista estava vazia. Por volta das 10h, poucas pessoas corriam na ciclovia e, diferentemente do que o UOL observou no centro histórico da cidade, o comércio respeitava o decreto de quarentena.
Estradas e transporte público
A lentidão em ruas e avenidas ficou abaixo da média dos dias de semana do último mês. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a capital não registrou congestionamentos até as 15h de ontem e a lentidão variou até picos de dois quilômetros em toda a cidade, menos do que na segunda e terça-feira.
No Metrô, passageiros disseram que o movimento nas estações teve pouca ou nenhuma diferença em relação aos dias úteis. Muitos trabalharam normalmente na capital, sem conseguir dispensa do trabalho.
As estradas que ligam a capital ao litoral tiveram congestionamento por causa do feriadão. Com medo de ver paulistanos viajando para praia, as cidades litorâneas realizaram bloqueios sanitários. Congestionamentos foram registrados em diferentes pontos do sistema Anchieta-Imigrantes e aumentaram em até três horas o tempo de viagem a Santos, segundo relatos de quem ficou parado na fila de carros.
O medo da presença de turistas paulistas também levou outros locais a dificultar o acesso. Florianópolis, por exemplo, emitiu decreto proibindo a locação de imóveis para pessoas residentes na cidade de São Paulo.
"Sabemos que Florianópolis é um dos destinos preferidos dos paulistas, e isso nos deixa felizes. Mas, neste momento de pandemia, não é hora de deslocamentos ou turismo", disse o prefeito Gean Loureiro, em nota à imprensa.
Cidades de Minas Gerais também pediram para que seus habitantes que tenham parentes em São Paulo não aceitem recebê-los como visita.
*Colaboraram Felipe Pereira, Marcelo Oliveira e Talyta Vespa do UOL em São Paulo; e com informações de Agência Brasil e Estadão Conteúdo
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