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PM deixa homem desacordado após abordagem violenta em Carapicuíba (SP)

Flávio Costa, Luís Adorno e Josmar Jozino

Do UOL, em São Paulo, e Colaboração para o UOL

21/06/2020 20h35Atualizada em 21/06/2020 23h41

Um policial militar deixou um homem desacordado após uma abordagem violenta na comunidade de Jardim Ariston, localizada na cidade de Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo.

Dois homens que estavam em uma moto foram abordados por policiais militares do 33º Batalhão de Polícia Militar, localizado na região onde ocorreu a abordagem.

De acordo com a nota da SSP (Secretaria da Segurança Pública), a dupla teria desobedecido a ordem de parada e colidido com a moto em uma viatura. O homem agredido dirigia a moto.

carapicuíba - Reprodução - Reprodução
Em um primeiro momento, o PM aplica um mata-leão em um homem na cidade de Carapicuíba (SP)
Imagem: Reprodução

A ação foi gravada em vídeo por testemunhas. Em um primeiro momento, um PM aplica um mata-leão (golpe de estrangulamento) em um dos homens, vestido de camisa listrada e bermuda branca. Ele parece ir desacordado ao chão.

Enquanto isso acontece, o outro homem abordado é xingado pelos policiais militares.

No segundo momento, o mesmo PM está de capacete e se ajoelha sobre o peito do homem, que começa a se debater.

A cena se assemelha às circunstâncias da morte de George Floyd, homem afro-americano morto após uma abordagem policial na cidade de Minneapolis. O homicídio gerou uma onda de protestos nos Estados Unidos e em outros países contra o racismo e a violência policial.

O caso foi registrado na 1º DP de Carapicuíba. O delegado que atendeu o telefonema da reportagem afirmou que não poderia passar nenhuma informação.

A SSP afirma que o "condutor foi socorrido ao PS [Pronto Socorro] e posteriormente encaminhado ao 1º DP do município, onde o caso foi registrado."

A nota não informa o quadro de saúde do homem abordado nem se ele continua detido.

Na madrugada de sexta para sábado, um policial militar que mora na cidade sobreviveu a um ataque a tiros. Horas depois, um outro membro da corporação foi assassinado, na zona leste de São Paulo. A suspeita é a de que os crimes tenham sido cometidos pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

A SSP afirmou que os "PMs envolvidos no caso já estão sendo ouvidos e as imagens citadas analisadas pela instituição, que adotará as providências cabíveis, após análise dos fatos."