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PMs espancam jovens com socos e cassetetes em dispersão de baile em Osasco

Josmar Jozino e Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

08/09/2020 14h33Atualizada em 08/09/2020 16h53

Um grupo de policiais militares foi flagrado agredindo jovens em São Paulo. A ação ocorreu na noite de domingo (6), no feriado prolongado da Independência, durante a dispersão de um baile funk que ocorria em Osasco, na região metropolitana.

Um vídeo que circulou nas redes sociais hoje mostra policiais militares do 14º batalhão agredindo jovens no Conjunto Habitacional Vitória, no Jardim Padroeira. A PM (Polícia Militar) afirmou que analisa as imagens para identificar os policiais envolvidos e afirmou que irá "apurar as circunstâncias relacionadas ao fato".

As imagens mostram PMs desferindo golpes de cassetete nos jovens. Um rapaz usando capacete de motociclista é agredido com vários socos na região do rosto por um policial. Ele não reage. Enquanto o jovem era espancado, uma multidão corria assustada.

Outro motoqueiro, usando camisa vermelha, conseguiu escapar das agressões. Ele saiu às pressas pilotando uma moto em meio a dezenas de pessoas que corriam e gritavam assustadas.

As imagens mostram ainda que grande parte dos frequentadores do baile funk não usava máscara para se proteger de possível infecção pelo coronavírus.

Por meio de nota, a Corregedoria da PM afirmou que "está adotando providências para a devida apuração dos fatos".

Pancadões em Osasco

Os bailes funks no Jardim Padroeira costumam acontecer a partir de 23h de sextas-feiras, sábados e domingos. A festa termina na manhã seguinte.

Moradores do bairro procuraram, em anos anteriores, a polícia para reclamar da festa. Em fevereiro de 2017, a Prefeitura de Osasco chegou até a anunciar que havia criado uma força-tarefa para combater o "pancadão" no município. Naquele mesmo ano, o baile funk atraiu, em uma sexta-feira, ao menos mil pessoas no Jardim Padroeira.

A Guarda Civil do município recebeu da prefeitura local a missão de monitorar os locais de baile funk.

O secretário-executivo da PM, coronel Alvaro Batista, afirmou à reportagem que iria verificar o ocorrido. O UOL pediu entrevistas com o secretário da Segurança Pública, João Camilo Pires de Campos, e com o comandante-geral da PM, Fernando Alencar Medeiros, para falar sobre os bailes, mas não obteve retorno até esta publicação.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse que a PM, desde o início da pandemia, presta apoio aos órgãos municipais, principalmente à vigilância sanitária, na fiscalização.

"Os pancadões, que começam com infrações administrativas municipais, dentre elas, som alto, comércio irregular de bebidas e show não autorizado, caminham rapidamente para o crime, motivo da intervenção policial", afirmou a secretaria.

Ainda segundo a pasta, de janeiro a setembro deste ano, 903 pessoas foram presas, 266 procurados recapturados, 114 armas de fogo e 361 kg de drogas apreendidas, e 1.941 autuações de trânsito em ações contra "pancadões" no estado.