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Sem ar-condicionado, piscina de condomínio e ventilador ajudam a refrescar

Pedestres enfrentam mais um dia de calor na cidade de São Paulo - FÁBIO VIEIRA/FOTORUA/ESTADÃO CONTEÚDO
Pedestres enfrentam mais um dia de calor na cidade de São Paulo Imagem: FÁBIO VIEIRA/FOTORUA/ESTADÃO CONTEÚDO

Fabiana Maranhão

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/10/2020 16h37

Em mais um dia de calor recorde na cidade de São Paulo, moradores de um prédio do Paraíso, na zona sul, comemoraram que a piscina foi reaberta depois de seis meses fechada por causa da pandemia do novo coronavírus. No início da tarde de hoje, duas crianças brincavam na água.

O advogado Marcos Galardi diz que são as crianças que têm aproveitado mais o espaço de lazer, que foi liberado há uma semana. Ontem, ele desceu com a filha de 10 anos para se refrescar. E pretende tomar mais um banho de piscina no fim do dia de hoje. "É uma delícia. É um privilégio morar em um lugar com piscina", conta.

A capital registrou a temperatura mais alta de 2020 na tarde de hoje —o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) marcou 37,4°C. A maior marca anterior era de 37,1°C, atingida ontem.

O advogado Marcos Galardi quer aproveitar a piscina recém-aberta do condomínio onde mora - Fabiana Maranhão/UOL - Fabiana Maranhão/UOL
O advogado Marcos Galardi quer aproveitar a piscina recém-aberta do condomínio onde mora
Imagem: Fabiana Maranhão/UOL

A piscina foi reaberta, mas com restrições —é preciso agendar um horário, só é permitida uma família por vez e apenas moradores podem usar o espaço.

As normas foram sugeridas pela síndica, Elena Freire, e aprovadas em votação pelo conselho de moradores. Perguntada se já aproveitou a piscina reaberta, ela respondeu: "Ainda não entrei, mas vou usar!".

Ar-condicionado é substituído por ventilador 'caseiro'

Quem não tem piscina por perto e trabalha em local fechado procura outras maneiras de se refrescar.

Fernanda Lira, professora e dona de um estúdio de pilates na Mooca, zona leste, teve que levar um ventilador de casa para o espaço e adaptar as aulas por causa do calor. O ar-condicionado permanece desligado, para favorecer a circulação de ar, seguindo as recomendações das autoridades de saúde, também por causa da pandemia.

"As janelas do estúdio ficam todas abertas. Coloquei um ventilador perto dos equipamentos de pilates. Tenho passado mais alongamento para os alunos e, quando precisa fazer algum treino de força, deixo um tempinho maior de descanso entre as séries", afirma.

Para Fernanda, o maior desafio é dar aula e praticar exercícios com máscara. "A gente se vira com o calor por si só. Mas fazer exercício nesse calor com máscara é difícil. O aluno cansa mais rápido, não respira direito e o rendimento cai muito."

Para o taxista Danilo Evangelista também tem sido difícil circular pela cidade sem poder ligar o ar-condicionado do carro. Quando conversava com a reportagem do UOL, um termômetro de rua perto do ponto onde ele fica, ao lado da estação de metrô Conceição, na zona sul, marcava 39ºC.

"Deixo o vidro do carro sempre aberto. Eu cumpro essa regra, mas não é fácil", diz. Ele fala que os passageiros não têm pedido para ligar o ar-condicionado nem se queixado disso, porque conhecem as restrições.

A analista de Recursos Humanos Regiane Cardozo Silva, que trabalha em uma indústria de móveis planejados na Penha, zona leste, afirma que tem sido difícil trabalhar sem ar-condicionado. "Meu dia não está sendo produtivo. Sinto mal-estar. Não vejo a hora de ir para casa e tomar um banho", desabafa. Ela diz que o ar-condicionado portátil e o ventilador que existem na sala dela não estão dando conta da temperatura alta.

Calor recorde

Antes de marcar 37,4ºC, por dois dias seguidos, nesta semana, a máxima na capital chegou a 37,1ºC, segundo o Inmet. Até ontem, era esta a maior temperatura do ano e a segunda maior da história da cidade.

A previsão é de uma mudança no clima amanhã, por causa de ventos frios e úmidos vindos do mar. No litoral e na Grande São Paulo, a temperatura vai cair, principalmente à noite, podendo chegar a 18ºC.