Polícia diz que todos os 19 mortos do acidente em MG foram identificados
A Polícia Civil de Minas Gerais informou hoje que todas as 19 pessoas que morreram no acidente com um ônibus na BR-381 foram identificadas. O veículo caiu anteontem de um viaduto, conhecido como Ponte Torta, na altura da cidade de João Monlevade. Além dos mortos, 23 pessoas ficaram feridas e outras três não se feriram.
O motorista que conduzia o ônibus ainda está sendo procurado. Segundo uma sobrevivente do acidente, ele soltou a direção e saltou do veículo no momento do acidente.
Na última atualização, a polícia mineira informou a morte de Maria Luiza de Oliveira, que estava internada no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do Hospital Margarida, em João Monlevade. Com ela, já são seis óbitos de pessoas que foram encaminhadas para a unidade de saúde.
Outras 13 pessoas morreram ainda no local do acidente. Destas, cinco ainda não tiveram sua identificação divulgada.
A Polícia Civil informou que um dos corpos foi retirado pela família e seguiu com destino a Alagoas, de onde o ônibus partiu rumo à capital de São Paulo na manhã de quinta-feira (3). Quatro corpos devem seguir para São Paulo amanhã, por via terrestre, e ficarão sob os cuidados da Polícia Científica paulista.
O destino dos demais corpos ainda será definido pela Defesa Civil de Minas Gerais, que tenta a remoção com apoio da FAB (Força Aérea Brasileira).
Ainda segundo a polícia, representantes da Localima Turismo, empresa que operava o ônibus, compareceram ao IML (Instituto Médico Legal) na tarde de ontem. Eles ainda serão intimados formalmente para prestar esclarecimentos na investigação sobre o acidente.
Ontem, a perícia da Polícia Civil explicou que o ônibus sofreu duas colisões quando despencou de uma altura de cerca de 35 metros. A perita criminal Daniella Rodrigues Caldas Leite disse que o veículo transitava em uma subida de 4 graus de inclinação quando engatou a marcha ré, perdeu o controle e saiu à esquerda da ponte.
O acidente
O ônibus saiu de Mata Grande (AL) e ia para São Paulo. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) informou que a empresa JS Turismo é a dona do ônibus e não tinha autorização para transportar passageiros.
Na manhã de ontem, a polícia divulgou a identidade de 13 das 19 vítimas. A lista, segundo a polícia, foi obtida por meio de levantamentos feitos pelos investigadores. Tavares declarou que não houve contato com a JS Turismo e que tudo o que se soube da empresa foi por meio da imprensa.
'Rodovia da morte'
A BR 381 é conhecida como "rodovia da morte" pela quantidade de acidentes e mortes que ocorrem na área.
"É uma das rodovias que apresentam maiores números de óbitos em toda análise do contexto brasileiro, até por ser muito utilizada por todos os estados. Essa rodovia apresenta trechos com pista simples e com pontes e curvas perigosas. Todo trajeto da pista tem postura perigosa dos motoristas e acaba gerando muitos acidentes", disse o porta-voz dos Bombeiros, em entrevista à CNN.
Já o chefe da comunicação da PRF-MG, Aristides Júnior, disse que apesar da fama da rodovia, o local onde houve a queda do ônibus não fica em uma área com histórico de acidentes: "Não se trata de ocorrência que ocorre com grande frequência no local", afirmou à Globonews.
Procurado pelo UOL, o Ministério da Infraestrutura disse ter entregado, desde 2019, 49,7 quilômetros de pistas duplicadas na BR-381, além de obras, como pontes, viadutos, túneis e passarelas para travessia de pedestres. No entanto, a pasta não se pronunciou sobre uma data concreta para realização de obras no trecho em que ocorreu o acidente.
"O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) é responsável por 4 de um total de 11 lotes das obras de duplicação e melhoramentos na BR-381/MG, ao longo 303 quilômetros entre os municípios de Belo Horizonte (MG) e Governador Valadares (MG)", afirmou a pasta em nota.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou em rede social estar "estarrecido" com o ocorrido e afirmou que todo o aparato do governo de Minas foi colocado à disposição das vítimas. Em entrevista à Globonews, ele chamou a BR-381 de "estrada da morte" e disse que ela deveria ter sido duplicada há pelo menos 30 anos.
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