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Estudante é presa com serpentes exóticas e atribui à religião, diz polícia

Duas cobras que estava com uma estudante foram resgatadas pela policia no DF - Divulgação/Polícia Civil do Distrito Federal
Duas cobras que estava com uma estudante foram resgatadas pela policia no DF Imagem: Divulgação/Polícia Civil do Distrito Federal

Nathalia Zôrzo

Colaboração para o UOL, em Brasília

07/12/2020 20h52

Uma estudante universitária de 19 anos foi presa hoje por manter duas cobras da espécie corn snake em cativeiro, em sua casa, em Sobradinho, a 20 km de Brasília (DF). As serpentes são de origem norte-americana.

A Polícia Civil do Distrito Federal chegou até a jovem após receber denúncias anônimas. Na delegacia, a estudante disse que comprou os animais de um desconhecido, em janeiro, pelo Facebook. Ela contou que pagou R$ 250 por cada uma e recebeu as duas por correio.

A polícia, no entanto, acredita que a mulher pode estar mentindo ao dizer que não conhecia o vendedor para encobrir algum amigo envolvido no esquema de tráfico de animais.

Na casa em que morava com a mãe e o irmão, a jovem também guardava ratos congelados para alimentar as cobras. Quando a polícia bateu na casa, ela tentou jogar os roedores no lixo e colocou as serpentes dentro de uma mala, para escondê-las.

Segundo o delegado João Ataliba, da 35ª delegacia de Sobradinho, a estudante disse que criava as cobras por causa de sua religião. "Ela é de uma religião que fala que o animal protetor dela é a cobra, então ela teria comprado as serpentes para pegar os poderes místicos das espécies", explica.

O delegado explicou que o denunciante também disse que a mulher tinha uma plantação de maconha em casa, mas os policiais não encontraram a droga. Apesar disso, acharam uma porção de haxixe com a jovem.

A estudante foi presa em flagrante pelo crime ambiental de manter animal silvestre em cativeiro e por posse de droga ilegal para consumo.

Por serem crimes de baixo potencial ofensivo, em que as penas não passam dos dois anos de prisão, a universitária foi solta depois de assinar um termo de compromisso de comparecimento em juízo. As cobras foram encaminhadas ao Ibama.

Caso naja

O caso chama atenção já que em julho deste ano a Polícia Civil do Distrito Federal descobriu um grande esquema de tráfico de serpentes exóticas depois que um estudante de veterinária foi picado por uma naja que ele criava em casa.

Para salvar o universitário, o Instituto Butantan teve que enviar a Brasília a única dose de soro antiofídico contra o veneno dessa espécie disponível no país.

No decorrer da investigação a polícia descobriu que Pedro Henrique Krambeck, de 22 anos, criava serpentes em casa há meses e chegou a manter 18 delas em cativeiro ao mesmo tempo. Além dele, a mãe e o padrasto, que sabiam do crime, e um amigo que participava do esquema, também foram indiciados.