Vereador morto no RJ dizia andar sem segurança e era suspeito por homicídio
O vereador Danilo do Mercado (MDB), morto a tiros na tarde de quarta-feira em uma rua de Duque de Caxias (RJ), na Baixada Fluminense, dizia andar sem segurança, era apontado como suspeito de chefiar um grupo de extermínio e investigado por homicídio. O político, que tinha 53 anos, foi um dos personagens da série do UOL 'Milícia nas urnas', que mostrou a relação entre grupos paramilitares e as eleições de 2020.
Após fotografar o comitê de campanha de Danilo a bordo de um carro descaracterizado no bairro Vila Maria Helena, reduto do político, a reportagem passou a ser seguida por um veículo preto com vidros filmados até deixar Duque de Caxias. Levantamento da reportagem na época constatou 7 atentados com possível motivação política com 3 mortes em pouco mais de um mês de campanha eleitoral.
Danilo era apontado como o principal suspeito de mandar matar dois homens em junho de 2020, segundo a DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense). De acordo com as investigações, ele teria tentado comprar o terreno de uma das vítimas, que se recusou a fazer negócio e passou a receber ameaças de morte. Dois meses depois, foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua casa.
Em entrevista ao UOL em outubro, ele negou qualquer tipo de envolvimento com milícias ou grupos de extermínio e disse andar sem seguranças. Ele atribuiu as acusações a rivais políticos.
Se você vier no meu bairro, pode perguntar pra qualquer um. Ninguém vai dizer que fui eu [quem mandou matar os dois homens]. Eu não ando com segurança. Se tivesse envolvimento com milícia, eu estaria morto numa hora dessas
Danilo do Mercado, em entrevista ao UOL em outubro
Gabriel Francisco Gomes da Silva, filho de Danilo, também morreu no atentado. Os criminosos conseguiram fugir em um carro. Após almoçar em um restaurante, pai e filho se preparavam para embarcar em um veículo quando foram surpreendidos por atiradores.
A Polícia Civil recolheu imagens de câmeras de segurança para tentar identificar os autores do crime. As vítimas foram enterradas ontem (11) à tarde no Cemitério do Corte 8, em Duque de Caxias (RJ).
Com a morte de Danilo, a dentista Fernanda da Costa (MDB), filha do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, assumiu uma vaga definitiva na Câmara de Vereadores de Duque de Caxias. Ela já ocupava uma vaga, substituindo um vereador que assumiu uma secretaria municipal.
Sob domínio da milícia, diz estudo
A Vila Maria Helena, reduto de Danilo Francisco da Silva, o Danilo do Mercado, está entre os 63 bairros da Baixada Fluminense sob o domínio da milícia, segundo o Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro. Questionado na época pela reportagem, Danilo atribuiu a inclusão do bairro à localidade que fica no outro lado da rodovia Rio-Magé.
Ele foi o 8º mais votado para o cargo de vereador em Duque de Caxias, com 6.080 votos —aumento de 42% em comparação à votação de 2016, quando ficou como suplente.
Danilo chegou a assumir o posto entre janeiro de 2017 e abril de 2020, período em que Serginho Corrêa se afastou para chefiar a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.