Prefeitura do Rio decreta intervenção no BRT por seis meses
A Prefeitura do Rio decretou hoje uma intervenção no sistema de BRT (Bus Rapid Transit) da cidade. A medida já havia sido anunciada pelo prefeito Eduardo Paes (DEM), mas foi oficializada com a publicação de um decreto no Diário Oficial do Município.
A intervenção vai durar até seis meses para que uma nova licitação seja concluída e o serviço assumido por uma nova empresa. A arquiteta e ex-presidente da CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro) Claudia Antunes Secin à frente do processo.
Ao defender a medida, o prefeito alega "ineficiência da prestação do serviço público" por parte do consórcio que administra os três corredores expressos da cidade (Transoeste, Transcarioca e Transolímpica) e fala em risco aos passageiros pela "inadequação e as condições insatisfatórias" do transporte.
O decreto defende ainda a "urgência na adoção de medidas concretas por parte do Poder Público para restabelecer a prestação dos serviços em níveis mais adequados às necessidades da população carioca".
Ainda segundo a prefeitura, a intervenção no BRT servirá para assegurar a continuidade dos serviços e para melhor suas condições, garantindo sua regularidade, continuidade, eficiência e segurança.
Durante o tempo em que tiver nas mãos da prefeitura, o sistema passará por uma auditoria nos acordos, contratos e recursos contratados, "bem como a avaliação dos bens, direitos e negócios da operação do sistema".
Medidas emergenciais
A prefeitura adotou algumas medidas emergenciais sobre o BRT, como a de recuperar articulados que atualmente estão fora de circulação. De acordo com o município, uma empresa especializada vai diagnosticar a totalidade da frota do consórcio e identificar os ônibus que exijam uma quantidade menor de reparos para voltarem a circular o mais rápido.
Além disso, a partir de hoje, 20 ônibus convencionais vão operar em uma linha expressa, sem parada, entre Santa Cruz e Alvorada, no corredor Transoeste.
Série de problemas
Inaugurado em junho de 2012 durante o primeiro mandato de Eduardo Paes no Rio de Janeiro, o BRT surgiu como uma das possíveis soluções para o caótico sistema de transporte público da capital fluminense. Mas os corredores expressos começaram a funcionar sobrecarregados, com superlotação e muitos acidentes. Hoje, a frota está reduzida e há dezenas de estações fechadas.
De acordo com Paes, quando deixou a prefeitura, em 2016, o BRT tinha quase 413 ônibus articulados em operação. Hoje, são apenas 130 em funcionamento.
"Vai levar algum tempo, mas vamos ajeitar. Continuem cobrando", o prefeito pediu, ao falar ontem sobre a intervenção em seu perfil no Twitter.
Assim que reassumiu a prefeitura, no início do ano, Paes prometeu mudanças no sistema, mas disse que isso demoraria. Na ocasião, ele disse que o BRT foi abandonado e cogitou rever o contrato da concessão ou até acabar com ela.
No início de 2019, o então prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) também decretou uma intervenção de seis meses no BRT. A medida, no entanto, não surtiu efeitos após o sistema ficar seis meses nas mãos daquela gestão municipal.
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