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Pai de Henry chorou ao saber de prisão de Jairinho e Monique, diz advogado

Do UOL, em São Paulo*

08/04/2021 08h20Atualizada em 08/04/2021 16h35

A defesa do engenheiro Leniel Borel, pai de Henry Borel, de 4 anos, que morreu no dia 8 de março, informou que o homem está "chorando bastante" após saber da prisão da mãe, Monique Medeiros, e do padrasto da criança, o médico e vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), na manhã de hoje na casa de uma tia do político em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro.

"O Leniel não tem condições de falar, está chorando bastante. Daqui a pouco, a gente vai se pronunciar", disse o advogado Leonardo Barreto ao UOL.

Segundo o telejornal "Bom dia Brasil", da TV Globo, após a prisão do casal, Leniel também disse: "Meu filhinho deve ter sofrido muito", se referindo ao laudo da necropsia de Henry que indicou sinais de violência no corpo da criança. A documentação ainda determinou a causa da morte como hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente.

Na madrugada de hoje, 30 dias após a morte do menino, Leniel publicou no Instagram um vídeo de Henry dançando descontraído e, na legenda, pediu "desculpas por não ter feito mais, lutado mais e protegido [o filho] mais".

"Henry, 30 dias desde que te dei o último abraço. Nunca vou esquecer de cada minuto do nosso último final de semana juntos. Deixar você bem, cheio de vida, com todos os sonhos e vontades de uma criança inocente. Desculpe o papai por não ter feito mais, lutado mais e protegido você muito mais. Confiamos que Deus fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu juízo como o meio-dia. Salmos 37", escreveu o engenheiro.

Leniel Borel publicou um vídeo de Henry no Instagram lamentando a morte do filho há 30 dias - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Leniel Borel publicou um vídeo de Henry no Instagram lamentando a morte do filho há 30 dias
Imagem: Reprodução/Instagram

Em entrevista à Rede Record no dia 28 de março, Leniel afirmou que em nenhum momento acreditou que o filho tenha morrido como consequência de um acidente, como relatam a mãe e o padrasto do garoto. "Como falar em acidente em uma cama? Algo tão agressivo", declarou o pai do menino.

Leniel comparou o resultado do laudo a queda de um prédio de três andares ou a um capotamento de um carro dada a gravidade dos ferimentos que o filho sofreu. De acordo com a versão da mãe e do padrasto de Henry, o garoto teria caído da cama antes de morrer.

O pai do menino explicou que não "consegue dormir" desde a morte do filho. "Eu não consigo dormir, acordo chorando, durmo chorando. Está sendo muito difícil."

Prisão da mãe e do padrasto

Monique e Jairinho foram presos preventivamente na casa de uma tia do político em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. Os mandados com os pedidos de prisão pelo assassinato foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri.

Para a polícia, o menino morreu em decorrência de agressões. Segundo os investigadores, Dr. Jairinho já tinha histórico de violência contra o menino. Segundo a investigação, o parlamentar se trancou no quarto para agredir Henry com chutes e pancadas na cabeça um mês antes do crime — a mãe soube das agressões, ainda de acordo com a polícia.

O casal também é suspeito de combinar versões e de ameaçar testemunhas para atrapalhar as investigações. A Polícia Civil ouviu ao menos 18 pessoas na investigação.

Entenda o caso

Henry Borel, de 4 anos, havia passado o final de semana com o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida. Por volta das 19h, ele deixou a criança no condomínio onde morava a mãe do menino, Monique Medeiros, que havia se mudado para viver com o novo namorado, o vereador Dr. Jairinho, com quem começou um relacionamento em outubro de 2020.

Câmeras de segurança registraram a chegada do garoto, sem nenhum problema de saúde aparente.

De acordo com as investigações, na madrugada do dia 8, Jairinho e Monique levaram o menino ao Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, onde relataram que a criança apresentava dificuldade respiratória. O casal então ligou para o pai do garoto para relatar o ocorrido.

Leniel foi, então, até a unidade de saúde e encontrou os médicos tentando reanimar a criança. Orientado pelos profissionais do hospital, o pai do menino abriu uma ocorrência na 16ª DP para entender o que aconteceu com o filho. A morte do menino ocorreu ainda no dia 8.

O laudo da necropsia de Henry indicou sinais de violência e a causa da morte foi hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente.

*Com informações de Herculano Barreto Filho, do UOL, no Rio de Janeiro