Polícia prende motorista suspeito de trabalhar com 'gatinha da Cracolândia'
A Polícia Civil prendeu hoje um motorista de aplicativo suspeito de transportar drogas para a Cracolândia, região central de São Paulo conhecida como ponto de usuários de drogas.
A ação é um desdobramento da Operação Caronte, que resultou na prisão de Lorraine Bauer Romeiro, a influenciadora digital de 19 anos conhecida na feira das drogas como a "gatinha da Cracolândia", de acordo com a polícia.
Segundo as investigações, Augusto de Oliveira Brasil Neto, de 30 anos, conciliava o trabalho como motorista de aplicativo com transportes a serviço do crime organizado. Na delegacia, ele não falou com a reportagem. O UOL não localizou os representantes do motorista para que ele pudesse apresentar a sua versão.
Pela manhã, agentes do 77º Distrito Policial (Santa Cecília) cumpriram mandado de prisão temporária por associação para o tráfico na residência do suspeito, que mora no Jardim Fontelis, na zona norte de São Paulo. Os investigadores também apreenderam o veículo dele, um HB-20 branco. Os policiais ainda estão cumprindo outros mandados de prisão em aberto de suspeitos de integrar o grupo.
Movimentação do tráfico
As imagens no inquérito da Operação Caronte, da Polícia Civil, mostram Lorraine na tenda ao lado do companheiro André Luiz Santos de Almeida, 18, preso há um mês sob a suspeita de integrar o tráfico pelas ruas de São Paulo.
"Os traficantes se movem com as tendas e mesas quando a Guarda Municipal faz a 'limpeza'. Mas conseguem manter a mesma posição, como se fossem vagões de um trem", afirma o delegado Roberto Monteiro, da Seccional Centro.
Segundo a Polícia Civil, Lorraine era a responsável pela administração de uma das cerca de 30 tendas que se movem diariamente entre os usuários de drogas da Cracolândia. A atuação de cerca de cem pessoas ligadas ao tráfico local, responsável por uma movimentação financeira de R$ 16 milhões por mês, está sendo investigada.
A jovem, conhecida na internet pelas fotos produzidas em uma conta já desativada com mais de 30 mil seguidores no Instagram, lucrava R$ 6 mil por dia vendendo drogas, diz a polícia.
'Abalada e com medo', diz advogada
A garota vem de uma família de classe média de Barueri, região metropolitana de São Paulo. Proprietária de uma empresa do ramo da construção civil, a mãe optou pela retirada da advogada Ana Paula Muniz Soares, que agora segue no caso à frente da defesa de André Luiz, companheiro de Lorraine.
Em carta escrita de próprio punho, Lorraine fez um apelo à mãe, pedindo que a defensora seguisse no caso. "Eu preciso da Ana (...). Ela está me confortando e me ajudando muito", escreveu.
Mas o apelo não surtiu efeito. Na segunda-feira (26), a defensora foi ao 89º Distrito Policial (Morumbi), onde Lorraine está em uma cela, para comunicá-la de sua saída do caso. "Ela pegou confiança no meu trabalho, porque vive um momento de vulnerabilidade. Ainda está abalada e com medo, mas compreendeu a situação. Vou respeitar a decisão da família", disse a advogada.
O UOL entrou em contato com a família, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.