Áudio para recrutar comparsas motivou ação que matou 8 em GO, diz polícia
Um áudio enviado pelo WhatsApp para recrutar comparsas de São Paulo motivou a ação da Polícia Militar, que matou na madrugada de ontem (8), em Goiás, oito suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em assaltos a instituições financeiras. Segundo o coronel Marcelo Granja, da PM, a mensagem acabou acelerando a operação policial.
O grupo, que estava em uma chácara na cidade de Araçu (GO) há apenas dois dias, planejava atacar agências bancárias em Nova Crixás (GO) até sábado (11), apontam as investigações. "Vamos buscar o time completo", disse um dos suspeitos, em mensagem interceptada pela Polícia Militar.
As mensagens trocadas pelo grupo estão sendo rastreadas nos celulares apreendidos no local por peritos da Polícia Civil, que investiga o caso.
No áudio, um dos suspeitos disse que iria para São Paulo para buscar o time completo, em referência aos comparsas. A mensagem foi enviada horas antes da nossa ação. Aí, precisamos agir rápido. Não sabíamos quantos suspeitos estavam lá. Só sabíamos que eram criminosos de alta periculosidade, que tentaram agir de forma discreta e que estavam bem armados."
Coronel Marcelo Granja, PM de Goiás que comandou a ação
De acordo com a polícia, a quadrilha agia aos moldes do "novo cangaço", tática também conhecida como "domínio de cidades", que costuma ocorrer em municípios de pequeno ou médio porte, onde criminosos com fuzis e explosivos dominam as forças de segurança, roubam as instituições financeiras e fazem moradores reféns em ações marcadas pela escalada da violência nos últimos meses.
Em Goiás, com o grupo, a PM encontrou três fuzis, cinco pistolas, dois revólveres, munição de diversos calibres e explosivos em uma mochila, detonados pelas forças de segurança após a ação.
Segundo as investigações, o grupo pagou R$ 2.500 antecipadamente para alugar a chácara, usada em shows e eventos. As autoridades agora estão atrás de câmeras de segurança em Nova Crixás, município de 12 mil habitantes onde a quadrilha planejava a ação.
Dinâmica semelhante a Varginha
As autoridades agora tentam identificar os suspeitos mortos em um confronto contra 25 policiais militares —nenhum dos agentes se feriu.
De acordo com a PM, o confronto ocorreu porque os suspeitos atiraram na direção dos agentes. Ainda segundo a versão da polícia, os suspeitos foram retirados com vida do local para serem socorridos em um hospital, onde foi confirmado o óbito.
A dinâmica do caso é semelhante à ação da Polícia Militar de Minas Gerais, também em um sítio na área rural de Varginha (MG), que deixou 26 suspeitos mortos na madrugada de 31 de outubro. Foi a ação mais letal das forças de segurança naquele estado —na ocasião, especialistas ouvidos pelo UOL viram indícios de fraude processual, já que a cena do crime também foi desfeita sob a alegação de "socorro" às vítimas, impedindo a perícia de determinar como foi a ação.
A Polícia Civil de Goiás, que investiga o caso, ainda não confirmou a identificação dos oito mortos, que teriam idades entre 17 e 40 anos. Contudo, informações preliminares apontam que os suspeitos tinham antecedentes criminais por roubo de carga e assalto a bancos. A atuação do grupo estava sendo investigada há cerca de dois meses.
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