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Para evitar aglomeração, shopping de MG restringe entrada de adolescentes

Shopping alega que medida é para impedir aglomerações de adolescentes sem máscara - Reprodução/internet
Shopping alega que medida é para impedir aglomerações de adolescentes sem máscara Imagem: Reprodução/internet

Bruno Torquato

Colaboração para o UOL, em Betim (MG)

17/12/2021 20h38Atualizada em 17/12/2021 20h38

Adolescentes foram surpreendidos com uma medida do Itaú Power Shopping, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Aos sábados, valendo a partir de amanhã, os adolescentes menores de 18 anos, desacompanhados pelos pais ou responsáveis, serão impedidos de entrar no complexo. A administração alega que a decisão, anunciada essa semana, é uma medida estritamente sanitária no combate à Covid-19.

Lucas Andrade, 27 anos, tem uma irmã de 14 anos, Vitória Ramos, que frequenta o shopping. Para ele, essa é uma decisão complicada. "Restringe o acesso desse tipo de público ao local de lazer e acredito que existem outros locais importantes para algum tipo de restrição como bares, boates que recebem público adulto, mas com nível de contaminação maior do que adolescentes no shopping", disse para o UOL.

No perfil do Instagram do shopping, alguns jovens reclamaram da medida começando com o lançamento do filme do Homem-Aranha. "Já tinha comprado o ingresso, e agora?", questionou um adolescente. Na rede social, o shopping respondeu que é possível trocar o dia do ingresso para ir com algum responsável, caso for necessário.

Procurado pela reportagem para esclarecer sobre a legalidade da medida proibitiva, o advogado Gilberto Silva Pereira disse que não há ilegalidade na ação do centro de compras. "Não há inconstitucionalidade em fazer essa restrição, principalmente porque coloca nos dias de sábado, quando o número de jovens e adolescentes aumenta. Por ser privada, ele pode colocar as regras próprias, desde que não sejam inconstitucionais", disse.

Já sobre o controle sanitário, Pereira crê ser aceitável, sendo que outros empreendimentos estão passiveis de implementarem regras como distanciamento e limitação de pessoas. "O shopping é um local privado, com regras próprias e certamente tem regimento do condomínio de lojas que autoriza fazer isso". O advogado também vê a necessidade de estar acompanhado por responsáveis legais um instrumento de segurança física e não apenas sanitária.

Em nota enviada ao UOL, o shopping alegou se tratar de ameaça da nova variante ômicron e para evitar aglomerações dentro do centro de compras. "A medida é uma resposta ao cenário de insegurança sanitária desencadeado pela presença de um alto número de adolescentes circulando sem máscaras de proteção nos últimos finais de semana", diz o conteúdo, que também cita tentativas de diálogo com os clientes e que a administração segue os pilares do município de Contagem no enfrentamento à Covid-19, além do programa do governo do estado, o Minas Consciente.