Henry: Advogados de Jairinho deixam caso após suposta ameaça a Monique
Os advogados formais de Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, abandonaram o processo que apura a morte de Henry Borel, 4, enteado do ex-vereador. A saída acontece em meio a um atrito entre defensores que começou com uma visita na cadeia da advogada Flávia Fróes —ligada a Jairinho, mas que não o representa no processo criminal— à pedagoga Monique Medeiros, mãe do menino.
Monique relatou a seus advogados que fora ameaçada por Flávia, contratada pela família de Jairinho para fazer uma "investigação defensiva", a assumir a culpa pela morte de Henry. Após a revelação do relato pelo UOL, Braz Sant'anna, então advogado de Jairinho, divulgou uma carta de repúdio manifestando "indignação" com a visita, que chamou de antiética. Duas semanas depois, Braz e sua equipe abandonam o processo sob a justificativa de "foro íntimo".
De acordo com a peça anexada ontem ao processo que corre na 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a equipe de defesa segue respondendo por Jairinho por dez dias ou até que seja instituído um novo advogado. A saída acontece a menos de 20 dias do interrogatório dos réus na Justiça, previsto para acontecer em 9 de fevereiro.
O deputado estadual Coronel Jairo (Solidariedade), pai de Jairinho, afirmou hoje ao UOL que foi surpreendido pela decisão de Braz e que ainda não sabe quem será o novo advogado do filho. Jairo diz não acreditar que a saída de Braz e equipe tenha qualquer relação com a visita de Flávia a Monique no presídio.
Flávia Fróes nega que tenha ameaçado Monique e diz que os relatos de coação feitos pela defesa da pedagoga visam "benefícios processuais". Ela abriu uma queixa-crime por calúnia contra a defesa de Monique na 23ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Segundo Flávia, sua função consiste em coletar evidências e provas sobre a materialidade do crime —no caso, se Henry realmente foi assassinado pelo padrasto.
Monique e Jairinho foram presos em 8 de abril. Os laudos periciais apontam 23 lesões no corpo do menino, e que Henry morreu em decorrência de hemorragia interna e laceração no fígado causada por ação contundente.
Ele estava no apartamento com a mãe e o padrasto, na Barra da Tijuca, zona oeste, na noite em que morreu. O casal nega qualquer envolvimento com a morte do menino.
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