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O que se sabe sobre a morte de menina que caiu do 4º andar de prédio em SC

Criança morre após cair do quarto andar, em Chapecó (SC) - Arquivo pessoal
Criança morre após cair do quarto andar, em Chapecó (SC) Imagem: Arquivo pessoal

UOL, em São Paulo

11/04/2022 11h18Atualizada em 12/04/2022 08h30

Uma menina de cinco anos morreu após cair do quarto andar de um prédio, na noite de sexta-feira (8), em um condomínio residencial em Chapecó (SC).

Luna Victorique Zabatiero Carlota estava sozinha em casa no momento da queda, de acordo com a PM (Polícia Militar). A mãe, 30, e o padrasto dela, 21, estavam em um supermercado próximo comprando o jantar da família, o que teria durado em torno de 20 minutos.

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Confira o que se sabe até o momento sobre o acidente que vitimou a criança:

Menina sozinha no apartamento

Vizinhos relataram que os responsáveis deixavam Luna sozinha em casa com frequência e que viam a criança outras vezes sentada perto da janela. A Polícia Civil afirmou que a queda da menina ocorreu pela janela da sala, que não tinha tela de proteção, assim como em todo o apartamento.

"No quarto da menina havia uma tela de proteção de mosquito, e não aquelas redes de proteção específicas para crianças", afirmou ao UOL o delegado Éder Matte.

Os bombeiros foram acionados e, ao chegarem ao local, encontraram a garota sem sinais vitais. Ainda foram feitas, durante o deslocamento ao Hospital Materno-Infantil, seis tentativas de reanimação, mas sem sucesso. Na unidade hospitalar, o óbito foi confirmado.

A mãe e padrasto

Moradores tentaram agredir o padrasto após a queda da garota, e policiais militares tiveram que intervir, de acordo com a PM, que afirmou que a mãe estava em estado de choque.

À Polícia Militar, o padrasto afirmou que trancou uma das janelas do apartamento e alegou que a outra tinha proteção.

Testemunha viu incidente

No dia do acidente, uma testemunha, que mora no andar inferior, falou aos policiais que conseguia ouvir a criança pulando dentro do apartamento e o barulho da televisão. Em certo momento, ela relata que viu a garota em pé, próxima a uma janela aberta, quando se desequilibrou e caiu.

Sobre o fato de a criança estar sozinha em casa com frequência, os responsáveis e outras testemunhas devem ser ouvidos formalmente hoje pela Polícia Civil para darem explicações.

"No local, informalmente, os familiares e vizinhos foram questionados sobre possíveis situações de maus-tratos. Foram verificados também no local consumo de bebidas alcoólicas, outros tipos de drogas, e nada disso foi confirmado", relatou Matte.

O delegado aguarda o resultado da perícia para anexar ao inquérito, que deve ser finalizado em até 30 dias, mas a Polícia Civil diz que pretende esclarecer o caso antes deste prazo.

O caso foi registrado pela polícia como abandono de incapaz com morte e está sendo investigado pela DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso) de Chapecó.

Pai acusa mãe de negligência

O pai de Luna, que mora na Irlanda, acusa a mãe de negligência nesse caso. "Foi uma completa negligência e uma falta de responsabilidade", disse Maurício Carlota.

Ele relembrou que a menina já quebrou o pé quando estava sob os cuidados da mãe. "A Luna já quebrou o pé sob cuidados dela. Acho que tinha 2 anos. [A gente] nunca acha que vão acontecer com ela as coisas. Prova maior está aí", acrescentou ele.

A última vez que Maurício conversou com a filha foi há mais de uma semana. "Ainda fiquei mais de uma semana sem falar com ela, por falta de tempo e porque a mãe dela fingia não ver minhas mensagens", acusou ele.

O UOL entrou em contato com a mãe de Luna, mas ela não quis se manifestar. Segundo amigas próximas, a mulher se encontra bastante abalada.

Última visita

Carlota viu a filha presencialmente pela última vez em outubro do ano passado, quando se mudou para a Irlanda. Desde então, matava a saudade da filha apenas por videochamadas, mesmo com as dificuldades do fuso horário.

"A gente sempre brincava, fazia careta, perguntava do dia e da escola", disse.

Procurados pelo UOL, familiares da mãe de Luna não se manifestaram até o momento.