Homem morre após ser baleado durante troca de tiros em ação policial no RJ
Um bombeiro hidráulico morreu após ser baleado no momento em que chegava em uma padaria em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. O caso ocorreu ontem em um dos acessos para a comunidade do Arará, durante uma ação policial.
Reginaldo Nogueira, 46, morador de Santa Cruz, na zona oeste da cidade, seguia em direção ao bairro do Rocha, na Zona Norte, onde trabalhava, mas, como de costume, fez uma parada no estabelecimento, que fica em uma das entradas da favela, para tomar café da manhã.
Antes de entrar na padaria, no entanto, o homem foi atingido por uma bala perdida. Segundo familiares, a bala atingiu a clavícula da vítima, que chegou a ser socorrida no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu ao ferimento.
"Ele era muito trabalhador, guerreiro, família. Tinha um coração enorme. Ele trabalhava há anos na Águas do Rio. Ele estava indo fazer um extra. Os moradores falaram que motos passaram atirando e a polícia começou a atirar também. Falaram que foram muitos tiros", contou a empregada doméstica Cristiane Ramos Nunes, 46, viúva da vítima, em entrevista ao UOL. Reginaldo deixa a esposa e uma filha de 17 anos.
Ele tinha costume de sair de casa e dar bom dia, boa tarde e boa noite para todo mundo da família. Passou 8h e nada, 12h e nada, 15h, 18h, 20h e eu achei estranho. Então, liguei para ele e nada. Passei a mandar mensagens aos amigos. Mas a minha filha deu a ideia de olhar a rota do GPS. Entrei no aplicativo e vi que o carro estava parado desde as 6h12 na porta de uma padaria. Saímos de casa correndo pra lá. Encontramos o carro dele aberto. Fomos pro hospital e vi meu marido, morto.
Cristiane Ramos Nunes, viúva
O casal, que estava junto há 19 anos, pretendia se casar oficialmente em cerimônia marcada para o próximo ano. O bombeiro hidráulico juntava dinheiro para a festa. "Não deu tempo. Tiraram a vida dele e interromperam o nosso sonho. Tiraram tudo meu", desabafou a mulher aos prantos.
Procurada pelo UOL, a Polícia Militar informou que os agentes envolvidos na operação foram atacados a tiros por homens que estavam em duas motocicletas. Os policiais reagiram e depois encontraram um homem baleado, que eles socorreram.
"Os policiais se apresentaram à Delegacia de Homicídios da Capital, e a pistola do militar que efetuou os disparos já foi disponibilizada à perícia. A Corregedoria Geral da Corporação acompanha diretamente o caso".
A Águas do Rio divulgou uma nota lamentando o falecimento do colaborador e se solidarizando com a família. Segundo a empresa, Reginaldo era agente de saneamento e trabalhava desde o início das operações da concessionária. "Ele deixará saudades e exemplo de um profissional dedicado para todos os seus colegas", destacou a concessionária.
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