'Ele estava com raiva do mundo', diz professora atacada por estudante
Uma das vítimas do ataque a uma escola estadual de São Paulo, a professora Ana Célia Rosa, 58, relatou como foi o atentado após prestar depoimento para a polícia.
Estou bem psicologicamente. Fisicamente estou me recuperando. Ele estava com raiva do mundo, não foi comigo. Ele não foi me atacar. Ele iria atacar quem estivesse na frente dele."
Ana Célia Rosa, professora
O que aconteceu
Atingida pelo ataque, ela levou 64 pontos espalhados pelo corpo —não soube informar quantos pontos foram na cabeça, que também foi atingida pelas facadas.
A professora só teve alta hospitalar na terça-feira (28), um dia após o atentado.
Ela prestou depoimento hoje à tarde na delegacia. Na saída, conversou com a imprensa.
A professora voltará para a escola no dia 10 de abril, quando as aulas serão retomadas.
O delegado Marcus Vinícius Reis participou hoje à tarde de uma reunião com a Polícia Militar e diretores de escolas da região. O teor do encontro não foi revelado.
Ao ser questionada sobre o que sentia pelo agressor, a professora se emocionou.
Dó...Só isso. Ele é uma criança, gente. Uma vítima do sistema. Quero que ele encontre na vida dele um anjo da guarda. Que nem eu tenho o meu [nesse momento, ela chora]. O meu anjo da guarda não dorme."
Ana Célia Rosa, professora
'Atenção especial aos alunos'
A professora pediu atenção especial com a saúde mental dos alunos, principalmente após a pandemia.
Ela disse que foi atacada após tentar prestar socorro à professora Elisabeth Tenreiro, 71, morta a facadas.
Ouvi um dos alunos gritando: 'ajuda a Beth'. Não sabia o que estava acontecendo. Cheguei na sala de aula e ela estava caída já, com uma poça de sangue. Quando voltei, ele veio na minha frente. Eu pedi ajuda. Foi quando ele me deu a primeira facada."
Ana Célia Rosa, professora
Como foi o ataque, segundo a professora
Ela disse que só reconheceu o aluno após ele ter sido contido. Em seguida, uma coordenadora da escola retirou a máscara de caveira que ele usava.
O ataque só parou quando o adolescente foi imobilizado pela professora Cinthia Barbosa, que aplicou um golpe de mata-leão no agressor.
Foi aleatório. Quem ele pegasse, ele machucaria. Quando deu a facada na minha perna, eu falei: 'Chega, pelo amor de Deus, chega'. Não ouvi a voz dele. Só reconheci o rostinho dele quando a coordenadora tirou a máscara."
Ana Célia Rosa, professora
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