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Homem que diz ter matado 9 incendiou casa de ex e cobra R$ 300 por programa

A polícia informou que Renato Teixeira conhecia as vítimas por meio de aplicativo de relacionamento - Reprodução/TV Globo
A polícia informou que Renato Teixeira conhecia as vítimas por meio de aplicativo de relacionamento Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

07/07/2023 04h00

O homem que afirmou ter cometido nove assassinatos nos últimos 15 anos ateou fogo na casa de uma ex-namorada e disse à polícia cobrar R$ 300 por programas sexuais. Condenado por dois roubos, ele já estava foragido desde setembro de 2021, quando rompeu uma tornozeleira eletrônica.

O que aconteceu

O garoto de programa Renato Teixeira da Silva, 35, confirmou em depoimento ter aberto os botijões de gás da casa da ex, espalhado álcool pelo imóvel e ateado fogo. O caso ocorreu há três semanas, na zona norte de São Paulo, enquanto o imóvel estava vazio. Ele ainda não tem defesa constituída.

A ex-namorada de Renato procurou a Polícia Civil e o identificou como o homem indiciado por três assassinatos a facadas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. Desde então, ela passou a ser ameaçada de morte por telefone e mensagens de WhatsApp.

O garoto de programa foi encontrado e capturado na última quarta-feira (5). A prisão dele foi convertida em preventiva ontem, em audiência de custódia.

Descrito como "frio", o autor dos crimes citou a Bíblia após ser preso.

Ele disse: 'matar é uma coisa normal para mim' e que cometia os crimes porque não podia ser contrariado. Narrou os crimes com frieza em depoimento e não demonstrou nenhum tipo de arrependimento.
Roberto Krasovic, delegado do 6º DP de São Bernardo do Campo

Ele foi indiciado por três homicídios, mas disse ter cometido outros seis. Agora, estamos investigando para apurar se houve outros crimes.
Giuliano de Migueli, delegado-assistente do 6º DP de São Bernardo do Campo

Quem são as vítimas

Até o momento, o garoto de programa é apontado pela polícia como autor de três mortes. São elas:

  1. Iraildes Sousa Silva, 49;
  2. José Roberto Campanaro, 59;
  3. Mário Marchiani, 60.

A diarista Iraildes foi morta a facadas em novembro de 2021 em uma rua de Pirituba, na zona norte de São Paulo. Após fugir, Renato confessou o feminicídio nas redes sociais, motivado por uma briga banal.

Renato morava na casa da vítima, com quem mantinha um relacionamento. Ele cometeu o crime apenas dois meses após romper uma tornozeleira eletrônica e passar a ser considerado foragido pela Justiça.

José Roberto foi morto a facadas em julho de 2022 no próprio apartamento em Santo André, na Grande São Paulo. O corpo dele foi encontrado dias depois em estado de decomposição em uma cama, apenas com uma cueca e uma camiseta.

Mário Marchiani foi assassinado no dia 2 de dezembro de 2022 em uma casa onde Renato costumava receber clientes em São Bernardo do Campo, também na Grande São Paulo. Em depoimento, o garoto de programa disse que cometeu o crime porque a vítima teria dito que queria consumir entorpecentes.

Como a polícia desvendou o caso

Em dezembro de 2022, o suspeito enviou mensagem de WhatsApp para a proprietária do imóvel de 40 m² em São Bernardo do Campo que ele alugava para fazer programas. No recado, pedia para que ela não se assustasse quando entrasse na casa e encontrasse o corpo de um homem que ele havia matado ali.

A polícia identificou que o corpo era de Mário Marchiani, até então considerado como desaparecido. Ele foi identificado por conta de uma tatuagem de um beija-flor azul no ombro. Com base em câmeras de vigilância, os investigadores verificaram que o homem que se identificava como Bruno em sites e aplicativos de relacionamento era Renato Teixeira da Silva.

O garoto de programa levou o carro, o celular e o notebook da vítima após cometer o crime. Segundo a polícia, ele usou a digital de Marchiani para desbloquear o seu telefone e fazer transferências bancárias.

Segundo a Polícia Civil, o garoto de programa alugava imóveis por períodos curtos com base em acordos verbais. Em dezembro, morou em uma casa no Guarujá, no litoral de São Paulo, onde permaneceu por dois meses.