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Ciclone no RS: Eduardo Leite decreta estado de calamidade pública

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), decretou estado de calamidade pública após o ciclone que deixou pelo menos 36 mortos no estado.

O que aconteceu:

O governador disse que encontrou um cenário "desolador" em sobrevoos e visitas a áreas afetadas: "Vou decretar estado de calamidade pública no estado. Estamos trabalhando a favor dessa população que está sofrendo muito nesse momento", disse, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (6).

O estado de calamidade pública é decretado quando os danos à saúde e aos serviços públicos se instalam e afetam diretamente a capacidade de ação do poder público, de acordo com informações do Senado Federal.

Decretada a calamidade, são liberados recursos federais para ações em casos de emergência —seja para o atendimento da população em si ou para entidades e órgãos públicos necessitados através do Programa de Resposta aos Desastres.

Os desfiles alusivos ao 7 de Setembro também foram cancelados no estado. Com isso, as forças de segurança que estavam previstas para os desfiles vão se concentrar "nas ações de resgate e auxílio à população atingida", segundo o governo do RS.

Leite destacou a designação de 180 militares do Exército para atendimentos nas localidades e a disponibilização de maquinário para ajudar na organização e reconstrução das 12 cidades mais afetadas.

O governador também afirmou que conversou com o presidente Lula por telefone, e que o petista "se solidarizou": "Ele informou que em função de viagem para a Índia, e o vice-presidente também tem compromissos, não poderia comparecer. Mas estamos em perfeita sintonia para todos os esforços", garantiu.

Recursos para as vítimas

Leite disse, ainda, que determinou aos bancos do Estado que empenhem esforços na "disponibilização de linhas específicas para que as pessoas possam restabelecer suas casas, e para empresas também".

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Aquelas famílias mais pobres, mais vulneráveis, o estado criou recentemente um programa, exatamente por causa dos ciclones, o Volta por Cima. Creditamos até 2,5 mil em cartão [cidadão]. A gente quer fazer isso muito rapidamente. Nos próximos dias, esse dinheiro estará no cartão.
Governador Eduardo Leite

A Caixa também anunciou que vai liberar o saque do FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço) por calamidade para moradores dos municípios atingidos pelo ciclone no Rio Grande do Sul.

Pessoas afetadas pelo ciclone no Rio Grande do Sul poderão resgatar até R$ 6.220 do FGTS, devido aos prejuízos causados pelo desastre natural.

Mais cedo, o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes afirmou que não há limite de recursos para auxiliar as vítimas do ciclone. O governo federal enviou uma comitiva para o estado na manhã de hoje, composta também pelo ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Góes afirmou que pediu mais aeronaves federais ao ministro da Defesa José Múcio para ajudar nos resgates da região.

Sabemos que é desafiador. Não faltarão recursos, tanto humano, material, financeiro e orçamentário.
Ministro Waldez Góes, em entrevista à GloboNews

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Mortes

Com as 15 novas mortes confirmadas nesta quarta-feira (6), o número total de vítimas do ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul passou para 36, informou o governo do Estado. Ontem, uma morte também foi registrada em Santa Catarina.

Na terça-feira (6), pelo menos 15 corpos foram encontrados durante uma vistoria do Corpo de Bombeiros, que procurava por pessoas dadas como desaparecidas em residências de Muçum (RS), no Vale do Taquari. Os corpos estavam em diferentes residências, na mesma localidade da cidade.

Na manhã de ontem, outras seis mortes já tinham sido confirmadas no estado, entre elas, a de uma idosa que caiu junto a um policial no rio enquanto era resgatada.

As outras quatro mortes do Rio Grande do Sul foram registradas entre a noite do domingo e a manhã de segunda-feira (4): a de um homem eletrocutado em Passo Fundo; um homem de 41 anos preso em um carro levado por uma correnteza em Mato Castelhano e de um casal, um homem de 50 anos e uma mulher de 44 anos, que estavam em um carro que caiu em um rio em Ibiraiaras.

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