Conteúdo publicado há 7 meses

Linhas privatizadas não prejudicam trabalhador, diz Nunes sobre greve

O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) ironizou a greve do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na manhã de hoje ao falar que as linhas privatizadas estavam funcionando normalmente na capital paulista.

Engraçado que fazem greve contra a privatização, mas aquilo que está privatizado, concessionado, está operando, não está prejudicando o trabalhador e aquelas [linhas] que são diretas, que estão sob poder dos sindicatos, estão em greve, causando esse transtorno aos trabalhadores.
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo

O prefeito também afirmou que o congestionamento na capital dobrou com a greve e suspensão do rodízio na manhã de hoje.

Ao todo, 443 quilômetros de lentidão eram registrados por volta das 7h. No mesmo horário de ontem, 214 quilômetros de congestionamento foram computados nas vias da capital, disse o prefeito.

Reivindicações

As categorias protestam contra o plano de privatizações de linhas metroferroviárias e da estatal de saneamento, uma das principais promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas.

O governo classifica a mobilização como "política". Os sindicatos, por sua vez, afirmam que o objetivo é ampliar a participação da sociedade e evitar a piora dos serviços.

A Justiça determinou 100% de operação do metrô e da CPTM em horários de pico. O sindicato dos metroviários, por sua vez, prometeu recorrer da decisão por considerá-la um "ataque ao direito constitucional de greve".

Com a possibilidade de greve, o governo de São Paulo decretou ponto facultativo em todos os serviços públicos estaduais. Funcionarão normalmente apenas restaurantes, postos móveis do Bom Prato e os serviços de segurança pública.

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A prefeitura da capital suspendeu o rodízio de veículos em São Paulo por causa da paralisação. Por isso, veículos de placas de final 3 e 4 poderão circular por todo o dia na capital.

Segundo o sindicato dos funcionários da Sabesp, não haverá interrupção no fornecimento de água durante a paralisação.

Governo fala em greve 'ilegal e abusiva'

Em nota divulgada à imprensa no início da noite da segunda-feira (2), o governo de São Paulo disse que a atitude do sindicato "torna refém a população que precisa do transporte público".

A gestão estadual afirmou ser "absolutamente injustificável que um instrumento constitucional de defesa dos trabalhadores seja sequestrado por sindicatos para ataques políticos e ideológicos à atual gestão".

O governo citou que a greve foi convocada para que os sindicatos atuem "de forma totalmente irresponsável e antidemocrática, se opondo a uma pauta de governo que foi defendida e legitimamente respaldada nas urnas". A gestão ainda argumentou que está agindo de modo transparente e respeitando a legalidade na condução das propostas de parceria, concessão e desestatização.

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O programa estadual de parcerias, concessões e desestatizações visa a melhoria na prestação dos serviços públicos aos cidadãos e está totalmente amparado pelas leis brasileiras. Assim, ao chantagear a população com greves ilegais, os sindicatos atentam não só contra a legislação vigente, mas também à ordem pública e ao aprimoramento das políticas públicas. (...) Os servidores da Sabesp, do Metrô e da CPTM merecem líderes sindicais que priorizem o respeito à legalidade e o atendimento à população.
Governo de São Paulo

*Com informações do Estadão Conteúdo

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