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'Estavam para matar ou morrer', diz deputada Lucinha após sequestro no Rio

A deputada estadual Lucinha (PSD), do Rio de Janeiro, que foi vítima de um sequestro na manhã de domingo (1), falou pela primeira vez sobre o crime.

O que aconteceu:

A parlamentar disse que temeu por sua vida, e se emocionou ao revelar detalhes do dia no plenário da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). Ela agradeceu o apoio de colegas deputados e pediu ação do governo estadual contra o crime na região.

Lucinha contou que os quatro criminosos estavam armados com fuzis e encapuzados. Segundo ela, eles não quiserem sair levando apenas o carro.

Os criminosos tentaram levar o segurança da deputada com eles, mas Lucinha se identificou como parlamentar e disse que iria no lugar dele: "Quem vai sou eu. Ele tem três moleques em casa para criar. Sou deputada, eu que vou. Vou dirigir para vocês, não tem problema não. Só me dizer onde vocês querem, que eu levo", contou.

"Eles deram a ordem do pessoal ficar trancado no quarto, dentro da casa, e não falar nada para ninguém. Eu desci a Serra do Rio da Prata só Deus sabe como. [...] Não parei em nenhum sinal, cortei todos os carros que tinham no caminho, avancei todos os tipos de radar, e torcendo para não encontrar a polícia porque os caras estavam para matar ou morrer. Eles estavam a não sei quantos dias no meio da mata", continuou a deputada.

A parlamentar também contou que um dos criminosos apontava uma pistola para sua cabeça, e dizia: "só acelera". Segundo a deputada, o grupo se surpreendeu ao pegar a identificação funcional e confirmar quem ela era.

Lucinha disse que o carro funcional, que é rastreado, foi bloqueado e parou de andar, momento no qual se preocupou com a própria vida: "quem é que ia me tirar de lá?".

Na altura da Vila Kennedy me mandaram entrar. Só que eu estava a 120 km/h, tive que puxar o freio [de mão], senão não entrava ali. Passei por três barricadas até chegar no destino que eles queriam. [...] Cada cancela que eu passava, puxavam um radinho. Chegando lá, pensei: 'vou morrer, não tem jeito'
Deputada Lucinha

Sequestradores pareciam confusos, segundo deputada

Ela precisou implorar para que os bandidos a liberassem, e que eles pareciam estar nervosos e confusos com a situação. A deputada disse que correu em direção a um carro de aplicativo, mas foi impedida.

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"Falei: 'é meu aniversário, tenho dois filhos e uma neta. Já fiz o que vocês pediram, agora me libera, me deixa ir embora, já fiz o que era para fazer'. Quando entrei no carro [de aplicativo], o homem tremia que nem vara verde. Quase peguei o volante para ele, coitado, de tão nervoso que ele estava. Ele demorou 30 minutos até a minha casa, o que eu demorei 12 minutos. Para você ver a velocidade que eu estava", contou a deputada.

Os criminosos ainda não foram identificados. A investigação está sob a responsabilidade da Polícia Civil.

O sequestro:

A deputada estava em um sítio para comemorar o aniversário quando foi abordada por criminosos em fuga que a levaram com seu carro de parlamentar, segundo a Polícia Civil.

Os homens armados estavam saindo da comunidade do Viegas, em Campo Grande, quando entraram no sítio onde estava a deputada. Ela foi libertada na Vila Kennedy. No dia seguinte, o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar do Rio de Janeiro faz uma operação na região, mas não confirmou se a ação tem relação com o crime.

Um segurança da parlamentar teria sido reconhecido como policial militar pelos criminosos e foi ameaçado de morte. O carro, que pertence à Assembleia Legislativa do Rio, foi recuperado.

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Lucinha tem base eleitoral na zona oeste carioca. Em 2022, ela presidiu a CPI dos trens na Alerj.

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