Unicamp: Professor acusado de ameaçar aluno com faca é vítima, diz polícia
A Polícia Civil de São Paulo qualificou o professor acusado de tentar agredir um aluno com uma faca na Unicamp ontem como "vítima", confirmou a Secretaria da Segurança Pública do estado.
O que aconteceu
Segundo a polícia, foi instaurado um termo circunstanciado de ocorrência, um tipo de registro de infração de menor potencial ofensivo, por lesão corporal e incitação ao crime.
"Todas as partes foram ouvidas e o professor foi qualificado pela autoridade policial como vítima", diz a nota da secretaria.
Participantes do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da Unicamp denunciaram professor da instituição por tentar agredir aluno com uma faca ontem.
Ao tentar um diálogo com um professor sobre a paralisação, um professor pegou no meu braço, me jogou no chão e levantou uma faca para mim, vindo para cima. Graças à correria dos estudantes, a gente conseguiu correr disso. Mas um professor tentou esfaquear um estudante.
Gustavo Bispo, um dos diretores do DCE, em vídeo
Docente teria levado duas facas e spray de pimenta para o campus da universidade em Campinas (100 km de São Paulo), disseram os estudantes.
Em nota, a SSP disse que o professor foi impedido de dar aula e derrubado no chão. Ele teria, então, usado a faca e o spray de pimenta para se defender.
O DCE contesta a versão. Nas redes sociais, a entidade diz que foi o professor que agrediu primeiro. "O professor, munido de faca e spray de pimenta, agarrou o braço de um dos alunos que fazia parte das manifestações, jogou-o ao chão, e tentou dar-lhe golpes de faca", afirmou. "O aluno, em defesa de sua integridade física, conseguiu lançar o professor ao solo, que depois foi rendido e desarmado por agentes de segurança interna do campus."
Unicamp repudiou atos de violência. "A conduta do docente, para além do inquérito policial instaurado, será averiguada por meio dos procedimentos administrativos adequados e serão tomadas as medidas cabíveis", disse a universidade em comunicado.
Alunos estão em greve na Unicamp. Eles pedem melhores condições para a educação e protestam contra privatizações. Imagens que circulam nas redes sociais mostram pilhas de mesas e cadeiras nas portas das salas de aula no campus da instituição.
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