Atirador vasculhou casa do pai para achar arma e munição, diz polícia
O adolescente apontado como autor do ataque a tiros que deixou uma menina morta e outras duas feridas hoje em uma escola pública de Sapopemba, na zona leste de São Paulo, vasculhou a casa do pai para encontrar a arma usada no crime e a munição, segundo a Polícia Civil.
O que indica a investigação
O atirador de 16 anos mora com a mãe na zona leste da capital paulista e passou o fim de semana na casa do pai, que fica em Santo André (Grande São Paulo). De lá, levou a arma do crime, que está legalizada, e a munição.
Segundo a Polícia Civil, a ação foi premeditada, já que o revólver calibre 38 usado e a munição estavam guardados em cômodos diferentes. O pai do menino ainda não foi ouvido pelos investigadores e o padrasto presta esclarecimentos nesta tarde.
As autoridades também investigam se houve participação de terceiros na ação. Aluno da Escola Estadual Sapopemba, o atirador foi apreendido pela polícia.
O menino registrou ocorrência por agressão e lesão corporal há seis meses. Em depoimento dado na ocasião, disse que vinha sofrendo agressões de outros alunos.
Jovem fazia ameaças há semanas, dizem alunos
O adolescente suspeito de cometer o ataque sofria bullying e avisava "havia semanas" que praticaria um atentado contra seus agressores, segundo dois alunos com quem o UOL conversou.
Os estudantes ouvidos pela reportagem contam que ele era perseguido por colegas e que constantemente apanhava.
"Ele brigava muito na escola", afirmou um aluno de 16 anos que estava na escola no momento dos tiros. "Ele avisou há semanas. Ele falava que ia atacar a escola e ninguém fez nada."
Todo mundo sabia, a diretora também
Regina Bezerra, é mãe de um aluno
Ela disse conhecer o atirador e a mãe dele. "Fui eu quem foi na casa dela avisar que o filho dela estava atirando em todo mundo na escola."
O UOL procurou a Secretaria Estadual de Educação para comentar as declarações de alunos e pais, mas ainda não obteve resposta.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que as ações do governo estadual precisam ser revistas para que novos ataques a escolas não voltem a acontecer.
Ele citou a possibilidade de que houve falhas nos protocolos de segurança e ressaltou a necessidade de "pensar no futuro da rede".
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