Cidades do RJ ficam sem luz mais de 24 horas; Enel fala em restabelecimento
A Enel, concessionária de energia que atende 66 municípios do Rio de Janeiro, disse no início da tarde de hoje que 93% de seus clientes que ficaram sem luz durante o fim de semana tiveram o "serviço normalizado".
O que aconteceu
O estado do Rio de Janeiro foi atingido por temporal e ventos fortes no último sábado (18), e moradores de diversos municípios ficaram sem energia.
Segundo a Enel, neste momento, os municípios mais afetados são Niterói, Maricá, São Gonçalo, Itaboraí, Petrópolis e Macaé, além de municípios da região dos Lagos.
A explicação da empresa para a queda na energia foi: "O evento climático, com chuva forte, rajadas de vento e descargas atmosféricas, causou danos severos à rede elétrica de várias cidades fluminenses, interrompendo o fornecimento de energia".
A Prefeitura de Niterói disse nesta segunda-feira que ajuizou uma ação contra a Enel para exigir o restabelecimento imediato e com urgência da luz na cidade. Também quer que a empresa enterre a fiação elétrica, obrigação prevista em lei municipal desde 2014, mas nunca cumprida.
Ontem a empresa havia informado ter restabelecido o fornecimento de energia para 76% de seus clientes. Mas ainda havia relatos de pessoas sem luz e reclamações de inércia da Enel, segundo o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).
O órgão informou hoje que instaurou um procedimento para apurar a responsabilidade da Enel sobre a demora no restabelecimento do fornecimento de energia.
Light
Clientes da Light, concessionária que atende 31 cidades do Rio, inclusive a capital, também ficaram sem luz.
Ao UOL, a assessoria de imprensa da companhia disse não ter números sobre quantas pessoas ficaram sem luz e nem por quanto tempo.
Em nota, a Light disse que "bairros da zona norte [da capital] e da Baixada Fluminense foram afetados após uma ocorrência em Furnas [geradora de energia] sobrecarregar o sistema elétrico da Light".
A empresa, então, desligou as subestações Pavuna e Colégio por medida de segurança. E informou que as subestações Washington Luís, Meriti e São João, todas na Baixada Fluminense, também "desarmaram" pelo mesmo motivo.
"Todos os clientes foram religados entre a noite de sábado e a madrugada de domingo", disse a empresa, na nota.
A Rocinha, comunidade na zona sul da capital, também sofre com falta de energia. A região enfrentava instabilidade e quedas de energia há 11 dias no sábado (18), quando a Justiça do Rio de Janeiro deu 48 horas para a Light restabelecer o fornecimento.
A empresa põe a culpa em ligações clandestinas, que, segundo a Light, atingem 84% das casas da Rocinha.
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A Enel também enfrenta problemas em São Paulo, onde também é concessionária do fornecimento de energia. No feriadão de 2 de novembro, 290 mil pessoas ficaram sem luz na capital paulista e na região metropolitana, segundo o presidente nacional da Enel no Brasil, Nicola Cotugno.
Ele divulgou a informação em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que acontece na Assembleia Legislativa de São Paulo para investigar a conduta da empresa durante a falta de luz no feriado de Finados.
No caso de São Paulo, algumas pessoas relataram ter ficado até 70 horas sem luz.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou que pediu à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que regula o setor, o cancelamento da concessão da Enel na cidade. O pedido ainda está em análise.
A Enel também é alvo de uma CPI na Câmara dos Vereadores de Niterói
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