AL: Defesa Civil registra novo tremor em área de mina com risco de colapso
A área da mina em Maceió em alerta para colapso teve novo tremor na madrugada deste sábado (2).
O que aconteceu
O novo sismo foi de magnitude 0,89 na escala Richter e ocorreu a 300 metros da superfície, segundo a Defesa Civil municipal. O registro é maior e mais próximo da superfície do que o ocorrido ontem — de magnitude 0,39 e a 330 m de profundidade.
A movimentação de terra foi de 13 centímetros nas últimas 24 horas, mas a velocidade diminuiu. Boletim divulgado às 9h pelo órgão diz que a velocidade vertical atual de deslocamento é de 0,7 centímetros por hora — ontem, chegou a 2,6 cm/hora.
O bairro de Mutange continua em alerta máximo — a área já foi evacuada. "A população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo", diz a nota.
A Prefeitura de Maceió criou um canal no WhatsApp para atualizar a população sobre as condições da mina. O número é (82) 99949-9612.
O órgão permanece em alerta máximo devido ao risco iminente de colapso da mina nº 18, que está na região do antigo campo do CSA, no Mutange.
Defesa Civil de Maceió
![Defesa Civil de Maceió divulgou atualização do mapa de risco do afundamento dos bairros Defesa Civil de Maceió divulgou atualização do mapa de risco do afundamento dos bairros](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/64/2023/12/01/defesa-civil-de-maceio-divulgou-atualizacao-do-mapa-de-risco-do-afundamento-dos-bairros-1701431496413_v2_750x1.jpg)
Colapso pode ocorrer 'a qualquer momento'
O coordenador da Defesa Civil de Alagoas, Moisés Melo, disse que a movimentação continua. "Esse fenômeno está chegando à superfície na forma de cone, e a gente acredita que vai ter cinco vezes o seu raio, que está na média de 32 metros de diâmetro", afirmou ele, em entrevista à GloboNews.
Em reunião técnica do Sistema Nacional de Proteção da Defesa Civil, ontem, as autoridades decidiram não estipular novo horário para o colapso da mina — e trabalham com a possibilidade de isso acontecer "a qualquer momento". A informação é do coordenador da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés Melo.
Nos últimos dois dias, as autoridades haviam divulgado dois possíveis horários para o desastre: 16h de quinta (30) ou 6h de sexta (1º). Ao UOL, Melo citou a apreensão dos moradores da capital alagoana, que disseram que não têm dormido.
Mais de mil abalos sísmicos em 5 dias
O bairro de Mutange teve mais de mil abalos sísmicos entre 19 e 24 de novembro, disse o diretor da Defesa Civil Nacional, Paulo Falcão.
Além da quantidade elevada de abalos, observou-se que a profundidade dos sismos se tornava mais rasa, indicando uma possível movimentação da cavidade em direção à superfície, acrescentou Falcão.
Os abalos também foram sentidos nos bairros Pinheiro e Bebedouro. Os locais estão isolados e os moradores foram realocados.
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Quero receberEntenda a situação em Maceió
O deslocamento do subsolo ocorre por causa da extração de sal-gema pela Braskem. O sal-gema é utilizado para produzir soda cáustica e PVC. A empresa atuava na região desde 1976 e encerrou a extração do minério em 2019.
Pelo menos 200 mil pessoas foram afetadas pelo desastre até hoje. Entenda como a extração causou o problema.
Nesta semana, a Prefeitura de Maceió decretou emergência e a Justiça determinou que a Braskem realocasse famílias do bairro Bom Parto que estavam em áreas consideradas de risco. Equipes do governo federal foram para Alagoas para acompanhar a situação.
A Braskem informou, em nota, que monitora a situação com equipamentos de alta tecnologia e trabalha com dois cenários possíveis para resolver o problema. A empresa prevê uma "acomodação gradual até a estabilização" ou uma "possível acomodação abrupta" — ou seja, um colapso.
* Com Estadão Conteúdo
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