Conteúdo publicado há 11 meses

AL: Defesa Civil registra novo tremor em área de mina com risco de colapso

A área da mina em Maceió em alerta para colapso teve novo tremor na madrugada deste sábado (2).

O que aconteceu

O novo sismo foi de magnitude 0,89 na escala Richter e ocorreu a 300 metros da superfície, segundo a Defesa Civil municipal. O registro é maior e mais próximo da superfície do que o ocorrido ontem — de magnitude 0,39 e a 330 m de profundidade.

A movimentação de terra foi de 13 centímetros nas últimas 24 horas, mas a velocidade diminuiu. Boletim divulgado às 9h pelo órgão diz que a velocidade vertical atual de deslocamento é de 0,7 centímetros por hora — ontem, chegou a 2,6 cm/hora.

O bairro de Mutange continua em alerta máximo — a área já foi evacuada. "A população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo", diz a nota.

A Prefeitura de Maceió criou um canal no WhatsApp para atualizar a população sobre as condições da mina. O número é (82) 99949-9612.

O órgão permanece em alerta máximo devido ao risco iminente de colapso da mina nº 18, que está na região do antigo campo do CSA, no Mutange.
Defesa Civil de Maceió

Defesa Civil de Maceió divulgou atualização do mapa de risco do afundamento dos bairros
Defesa Civil de Maceió divulgou atualização do mapa de risco do afundamento dos bairros Imagem: Divulgação/Defesa Civil de Maceio

Colapso pode ocorrer 'a qualquer momento'

O coordenador da Defesa Civil de Alagoas, Moisés Melo, disse que a movimentação continua. "Esse fenômeno está chegando à superfície na forma de cone, e a gente acredita que vai ter cinco vezes o seu raio, que está na média de 32 metros de diâmetro", afirmou ele, em entrevista à GloboNews.

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Em reunião técnica do Sistema Nacional de Proteção da Defesa Civil, ontem, as autoridades decidiram não estipular novo horário para o colapso da mina — e trabalham com a possibilidade de isso acontecer "a qualquer momento". A informação é do coordenador da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés Melo.

Nos últimos dois dias, as autoridades haviam divulgado dois possíveis horários para o desastre: 16h de quinta (30) ou 6h de sexta (1º). Ao UOL, Melo citou a apreensão dos moradores da capital alagoana, que disseram que não têm dormido.

Mais de mil abalos sísmicos em 5 dias

O bairro de Mutange teve mais de mil abalos sísmicos entre 19 e 24 de novembro, disse o diretor da Defesa Civil Nacional, Paulo Falcão.

Além da quantidade elevada de abalos, observou-se que a profundidade dos sismos se tornava mais rasa, indicando uma possível movimentação da cavidade em direção à superfície, acrescentou Falcão.

Os abalos também foram sentidos nos bairros Pinheiro e Bebedouro. Os locais estão isolados e os moradores foram realocados.

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Entenda a situação em Maceió

O deslocamento do subsolo ocorre por causa da extração de sal-gema pela Braskem. O sal-gema é utilizado para produzir soda cáustica e PVC. A empresa atuava na região desde 1976 e encerrou a extração do minério em 2019.

Pelo menos 200 mil pessoas foram afetadas pelo desastre até hoje. Entenda como a extração causou o problema.

Nesta semana, a Prefeitura de Maceió decretou emergência e a Justiça determinou que a Braskem realocasse famílias do bairro Bom Parto que estavam em áreas consideradas de risco. Equipes do governo federal foram para Alagoas para acompanhar a situação.

A Braskem informou, em nota, que monitora a situação com equipamentos de alta tecnologia e trabalha com dois cenários possíveis para resolver o problema. A empresa prevê uma "acomodação gradual até a estabilização" ou uma "possível acomodação abrupta" — ou seja, um colapso.

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* Com Estadão Conteúdo

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